Lição 12 - A Espiritualidade Cristã e o Espírito Santo


"Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação da carne é a morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz" - Romanos 8.6

João 4.19-30



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A NATUREZA ESPIRITUAL


Quando uma pessoa nasce de novo, ela recebe o Espírito Santo, o qual sela o crente para o dia da redenção (Efésios 1:13; 4:30). Jesus prometeu que o Espírito Santo nos guiaria “a toda verdade” (João 16:13). Parte da verdade a qual o Espírito nos guia é aprender as coisas de Deus e aplicá-las em nossas vidas. O crente então faz a escolha de deixar com que o Espírito o controle ou não. Espiritualidade Cristã é baseada em quanto aquele que é nascido de novo permite que o Espírito Santo lidere e controle sua vida.

O Apóstolo Paulo diz aos crentes para serem “cheios” do Espírito Santo. “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18).O tempo verbal nessa passagem é continuo e significa, portanto, “continue sendo cheio do Espírito Santo”. Ser cheio do Espírito significa deixar o Espírito Santo nos controlar, ao invés de ceder aos desejos da nossa natureza carnal. Na passagem acima, uma comparação está sendo feita. Quando alguém é controlado pelo vinho, eles estão bêbados e exibem certas características, tais como mudança no falar, andar instável, falta de capacidade para fazer decisões. Assim como você pode ver quando alguém está bêbado por causa das características que demonstra, assim também você pode ver quando aquele que é nascido de novo está sendo controlado pelo Espírito, porque ele assim demonstra pelas suas características. Achamos a lista dessas características em Gálatas 5:22-23, onde são chamadas de “fruto do Espírito”. Isso é o caráter Cristão, produzido pelo Espírito quando Ele trabalha no e através do crente. Esse caráter não é produzido por esforço próprio. Aquele que é nascido de novo e controlado pelo Espírito Santo vai exibir um falar sadio, uma caminhada espiritual consistente e uma capacidade de fazer decisões baseada na Palavra de Deus.

Portanto, espiritualidade Cristã é uma escolha que fazemos para “conhecer e crescer” no nosso relacionamento diário com o senhor Jesus Cristo ao submeter-nos ao ministério do Espírito Santo em nossas vidas. Isso significa que, como Cristãos, fazemos a escolha de manter uma comunicação com o Espírito que é aberta e limpa através de confissão (1 João 1:9). Quando entristecemos o Espírito através de pecado (Efésios 4:30; 1 João 1:5-8), nós levantamos uma barreira entre nós e Deus. Quando nos submetemos ao ministério do Espírito, nosso relacionamento não é apagado (1 Tessalonicenses 5:19). Espiritualidade Cristã é ter uma consciência da comunhão com o Espírito de Cristo que não é interrompida por carnalidade ou pelo pecado. Portanto, um Cristão espiritual é aquele que nasceu de novo e faz uma escolha contínua e consistente de se entregar ao ministério do Espírito Santo.


ESPIRITUALIDADE CRISTÃ E A CRUZ


Para manter o foco numa espiritualidade cristã e bíblica, é preciso reconhecer a centralidade da cruz. A cruz de Cristo foi única no sentido de que representou uma escolha, um caminho que Jesus decidiu trilhar: o caminho da obediência ao Pai. A espiritualidade cristã requer obediência. Sabemos que no tempo de Jesus existiram muitas outras cruzes e muitos que foram crucificados nelas; alguns culpados, outros martirizados. No entanto, nenhuma delas pode ser comparada com a cruz de nosso Senhor em virtude daquilo que ela representou.

Podemos considerar que a cruz de Cristo começa a ser carregada no episódio da tentação. Ali, o diabo propõe um caminho para Jesus ser o Messias. Um caminho que representou uma forma tentadora de ser o Messias. Transformar pedras em pães, saltar do alto do templo e ser amparado por anjos, e receber a autoridade política e financeira sobre os reinos e as nações. Se Jesus aceitasse a oferta do diabo, rapidamente teria uma multidão de admiradores, de gente faminta encontrando pão nas ruas e estradas, encantada com seu poder sobre os anjos e os seres celestiais e com seu governo mundial estabelecendo as novas regras políticas e econômicas. Seria o caminho mais rápido para implantar seu reino entre os homens.

Porém, o caminho de Deus não era este. O reino que ele oferece precisa nascer primeiro dentro de cada um. As mudanças não acontecem de cima para baixo nem de fora para dentro. É um reino que vem como uma pequena semente e leva tempo para crescer. Não é imposto, é aceito. Não se estabelece pela força do poder, mas pelo coração e mente transformados. O rei deste reino não permanece assentado no seu trono, mas desce e se torna um servo.

A cruz de Jesus não significou apenas o sofrimento final do seu ministério público. Ela representou uma escolha que o acompanhou por toda a sua vida e que culminou em seu sofrimento e morte. Quando Jesus nos chama para segui-lo, ele afirma que, se não tomarmos nossa cruz, não será possível ser seu discípulo. A razão para isto é clara. Se o caminho dele é o caminho do servo obediente, o nosso não pode ser diferente. Por isto, precisamos tomar nossa cruz, e ela deve representar também nossa escolha, que é a mesma que ele fez -- uma escolha pela renúncia e pela obediência ao Pai.

O apóstolo Paulo entende o chamado de Jesus para tomar a cruz e segui-lo quando afirma: “Eu estou crucificado para o mundo e o mundo está crucificado para mim”. O caminho do mundo ensina: “Ame seus amigos e seja indiferente com os outros”. O caminho de Jesus diz: “Ame os inimigos e ore por eles”. No caminho do mundo ser o maior e o melhor é o mais importante. No caminho de Jesus o melhor é ser o menor e o servo de todos.

Podemos achar que o caminho de Cristo é muito difícil, que amar os inimigos, orar pelos caluniadores, ser manso num mundo competitivo, humilde numa sociedade ambiciosa, não é só difícil -- é impossível. Concordo, por isto o chamado é para tomar a cruz. A cruz significa renúncia, sofrimento e morte.

As opções estão diante de nós diariamente. Todos os dias somos levados ao monte da tentação. Todos os dias o diabo nos oferece suas ofertas e seu caminho, e Deus, pela sua palavra, nos revela seu caminho. Todos os dias temos de fazer nossas escolhas. Tomar nossa cruz é aceitar o caminho de Cristo, e neste caminho experimentamos uma espiritualidade verdadeira.


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