Lição 01 - O Sermão do Monte


Texto áureo: "Bem aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa" - Mateus 5.11

Texto Bíblico Básico: Mateus 5.1,2; 17-20


O CONTEXTO DO SERMÃO DO MONTE




O Sermão da Montanha (ou Sermão do Monte) é o sermão que Jesus deu em Mateus capítulos 5-7. Mateus 5:1-2 é a razão pela qual esse texto é conhecido como o Sermão da Montanha: "Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou a ensiná-los…." O sermão da Montanha é o mais famoso sermão que Jesus deu, talvez o mais famoso já dado por alguém.

O Sermão da Montanha abrange vários temas diferentes. Não é o objetivo deste artigo comentar sobre cada seção, mas dar um breve resumo do que ele contém. Se tivéssemos que resumi-lo a uma única frase, seria mais ou menos assim: Como viver uma vida dedicada e agradável a Deus, livre de hipocrisia, cheia de amor e graça, e cheia de sabedoria e discernimento.

5: 3-12 - As bem-aventuranças
5: 13-16 - Sal e Luz
5: 17-20 - Jesus cumpriu a Lei
5: 21-26 – Ódio e Assassinato
5: 27-30 - Luxúria e Adultério
5: 31-32 - Divórcio e Novo Casamento
5: 33-37 - Os Juramentos
5: 38-42 - Olho por Olho
5: 43-48 - Amai os vossos inimigos
6: 1-4 - Dê aos Necessitados
6: 5-15 - Como Orar
6: 16-18 - Como Jejuar
6: 19-24 - Tesouros no Céu
6: 25-34 - Não se preocupe
7: 1-6 - Não julgue hipocritamente
7: 7-12 – Peça, Busque, Bata
7: 13-14 - A Porta Estreita
7: 15-23 - Falsos Profetas
7: 24-27 - O Sábio Construtor


Este sermão provavelmente foi proferido em vários dias de pregação. Nele, Jesus revelou o seu pensamento em relação à lei. Demonstrou que posição social, autoridade e dinheiro não são importantes no Seu Reino, o que importa é a fiel obediência a Deus.
O Sermão do Monte desafiou os líderes religiosos daquela época, orgulhosos e legalistas. O sermão chamou-os de volta às mensagens dos profetas do Antigo Testamento, que, como Jesus, ensinaram que a obediência sincera a Deus é mais importante do que a aplicação leviana da lei. Grandes multidões seguiram Jesus. Ele era o principal assunto da cidade; todos queriam vê-Lo. Os discípulos, companheiros mais íntimos deste Homem popular, certamente foram tentados a sentirem-se mais importantes, orgulhosos e possessivos. Estar com Jesus não apenas lhes garantia prestígio, mas também poderia constituir-se numa oportunidade para receber dinheiro e poder. As multidões reuniam-se mais uma vez. Porém, antes de se dirigir a tão grande número de ouvintes, Jesus chamou seus discípulos à parte e advertiu-os sobre as tentações que enfrentariam como companheiros d'Ele. Disse-lhes que não esperassem fama e fortuna, mas pranto, fome e perseguição. No entanto, Jesus garantiu aos seus discípulos que seriam recompensados, mas talvez não nesta vida.
Pode haver ocasiões em que seguir a Jesus traga grande popularidade. Aqueles que não viverem de acordo com as palavras de Jesus neste sermão poderão, para sua própria desgraça, usar a mensagem de Deus somente para promover os seus interesses pessoais.

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;" - Mateus 5:3-5


Jesus começou o Seu sermão com palavras que parecem contradizer-se. Mas o modo de vida de Deus normalmente contradiz o do mundo. Se você deseja viver para Deus, deve estar pronto para dizer e fazer o que parece estranho para o mundo. Deve estar disposto a dar quando os outros roubam, amar quando os outros odeiam, ajudar quando os outros abusam. Tem que estar disposto a abrir mão dos seus direitos e benefícios a fim de servir os outros; um dia receberá tudo o que Deus tem reservado para si.


Mateus 7:28-29 conclui o Sermão do Monte com a seguinte declaração: "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas." Que todos nós possamos continuar surpreendidos com o Seu ensinamento e seguindo os princípios que Ele ensinou no Sermão da Montanha!


A ÉTICA DO REINO DE DEUS

Jesus abriu este importante sermão com uma série de oito declarações, pungentes e paradoxais, tradicionalmente conhecidas como as "bem - aventuranças" (Mateus 5:2-12). Elas devem ter caído como raios sobre aqueles ouvidos judeus do primeiro século. Um a fórmula para sucesso mais improvável poderia dificilmente ter sido imaginada. Elas assaltavam cada conceito da sabedoria convencional e deixavam o ouvinte chocado e perplexo. Deste O Sermão da Montanha 5 modo, Jesus captura a atenção de sua audiência e insiste no caráter essencial do reino de Deus e seus cidadãos. O mundo todo, então como agora, estava em busca, diligentemente, da felicidade e tinha tampouco uma concepção de com o obtê-la, como os homens de hoje. Não houve surpresa no anúncio de que havia verdadeira bem aventurança no reino. O choque veio com o tipo de povo que estava destinado a obtê-la. As bem-aventuranças falam exclusivamente de qualidades espirituais. As preocupações históricas do homem, riqueza material, condição social e sabedoria secular, não recebem simplesmente pouca atenção, elas não recebem nenhuma. Jesus está claramente esboçando um reino que não é deste mundo (João 18:36), um reino cujas fronteiras não passam através de terras e cidades, m as através dos corações hum anos (Lucas 17:20-24). Este reino totalmente improvável chegou, conforme anunciado, no primeiro século (Marcos 9:1; Colossenses 1:13; Apocalipse 1:9), porém muitos estavam despreparados para reconhecê-lo e aceitá-lo, assim como estão hoje. Deve ser notado, ainda mais, que as qualidades do cidadão do reino não somente eram espirituais, mas são virtudes que o homem não receberia naturalmente. Elas não são o produto da hereditariedade ou do ambiente, mas da escolha. Ninguém, jamais, "cai" displicentemente nestas categorias. Elas não acontecem no homem naturalmente, e são de fato distintamente contrárias à "segunda natureza" que o orgulho e a ambição têm feito prevalecer nos corações de toda a humanidade. Talvez não haja verdade mais importante a ser reconhecida sobre as bem aventuranças do que o fato que elas não são provérbios independentes, que se aplicam a oito diferentes grupos de homens, m as são uma descrição composta de cada cidadão do reino de Deus. Estas qualidades são tão entrelaçadas num tecido espiritual que são inseparáveis. Possuir uma é possuir todas e não ter uma é não ter nenhuma. E como todos os cristãos têm que possuir todas estas qualidades de vida no reino, eles estão também destinados a receber todas as suas bênçãos; bênçãos que, como suas qualidades, são apenas componentes de um prêmio; um corpo cham ado em uma só esperança (Efésios 4:4). Em suma, então, as bem-aventuranças não contêm uma promessa de bênção sobre os homens em seu estado natural (todos os homens choram, mas certamente nem todos serão consolados, 5:4) nem de fato oferecem esperança àqueles que parecem cair numa categoria ou noutra. Elas são um quadro composto do que cada cidadão do reino, não somente uns poucos super-discípulos, têm que ser. Elas marcam a diferença radical entre o reino do céu e o mundo dos outros homens. O filho do reino é diferente naquilo que ele admira e valoriza, diferente naquilo que ele pensa e sente, diferente naquilo que ele procura e faz. É claro que, antes, jamais houve um reino como este. 

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