Galera de Cristo 11 - O Tesouro, A Pérola e a Rede
"Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder". I Coríntios 4.20
O TESOURO
Como nas parábolas do Semeador, e do trigo e o joio, o homem aqui é o Senhor Jesus.
Israel, povo que Deus mesmo havia originado na antiguidade para ser o Seu testemunho na terra, perdeu a sua herança territorial por causa da sua infidelidade a Deus, e foi espalhado por toda a terra.
Deus, no entanto, sabia da existência de um "remanescente" fiel pelo mundo, ele foi preservado, escondido, e o Seu Filho deixou a Sua glória no céu, veio ao mundo e deu o seu sangue para assim "comprar" o mundo (2 Coríntios 5:19, 1 João 2:2), onde se encontra esse remanescente.
Um dia, ao fim da Grande Tribulação, Ele voltará para livrar o "remanescente" israelita do mundo rebelde e instalá-lo novamente em sua terra, dando início ao Reino messiânico, em que Ele reinará e gozará do seu tesouro.
Às vezes encontramos quem interprete o homem como sendo o pecador que, dando com o tesouro (que ele interpreta como sendo a salvação), deixa tudo o que tem para ser salvo. Isto é inadmissível, pois a salvação não pode ser comprada, sendo dom gratuito de Deus que nos é dado unicamente pela fé (Isaías 55:1, Efésios 2:8,9, Romanos 6:23, etc.). Também, o Evangelho não está escondido num campo, mas é proclamado ao mundo desde o início da Igreja.
A PÉROLA
Também existe uma interpretação muito popular desta parábola, segundo a qual o homem negociante seria o pecador, e a pérola de grande valor seria Cristo. Segundo ela, o pecador venderia tudo o que tem a fim de comprar a Cristo. Esta interpretação precisa ser rejeitada assim como a interpretação falsa da parábola anterior, e pelos mesmos motivos.
Dificilmente encontramos pecadores procurando a salvação das suas almas pelo mundo, e a Bíblia também não nos ensina isto. O pecador nada tem com que pagar pelos seus pecados, logo como poderia pagar para adquirir Cristo? O comerciante da parábola vendeu tudo o que tinha, mas o pecador nada tem, ao contrário, está morto em suas ofensas e pecados (Efésios 2:1).
Além disto, as Escrituras esclarecem bem que Cristo e a salvação não estão à venda. A salvação é de graça, como vimos acima.
A interpretação correta desta parábola é: o homem negociante é o Senhor Jesus Cristo, e a pérola de grande valor é a Sua igreja, ou seja, todos aqueles que crêem nele como Filho de Deus, e, arrependidos dos seus pecados, o recebem como seu Senhor e o Redentor das suas almas.
Em Sua onisciência Ele viu a multidão de pecadores que haveriam de se converter a Deus, e estimou o seu preço em um valor tão alto que deixou o seu lar no céu para vir a este mundo, e verteu seu sangue preciosíssimo a fim de redimi-los da pena do pecado à qual estavam sujeitos (2 Coríntios 8:9). Assim Ele comprou a Sua igreja.
A Sua escolha da pérola nesta parábola ao invés de outra pedra preciosa qualquer é notável, mesmo porque a pérola só é mencionada uma vez no Velho Testamento (Jó 28:18) e havia outras pedras consideradas mais valiosas, como o rubi.
É provável que o motivo tenha sido por causa da natureza da pérola. A pérola é formada dentro de um molusco quando ele é irritado por um objeto estranho que penetra na sua concha. Esse objeto lhe causa sofrimento, e o molusco trata de cobri-lo com uma substância que se cristaliza formando a pérola (a madrepérola).
A pérola é formada lentamente e, ao contrário das outras pedras preciosas, não pode ser lapidada para aumentar o seu valor. Se for partida perderá sua consistência e todo o seu valor, pois não será mais uma pérola.
Os israelitas aparentemente nunca deram muito valor à pérola, e na única menção dela no Velho Testamento (Jó 28:18) ela aparece junto com o coral. Mas era muito apreciada pelos gentios, assim aparecendo no Novo Testamento (1 Timóteo 2:9 e algumas vezes no Apocalipse). Os árabes e outros povos do Oriente davam à pérola um significado simbólico de pureza e inocência, e a consideravam digna apenas da realeza e das grandes autoridades.
Assim como o molusco, também Cristo foi ferido em Seu corpo por causa do nosso pecado (um objeto estranho), pois foi "… ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades…" (Isaías 53:5). Ele nos cobre com o seu alvo manto de justiça: "somos feitura sua, criados em Cristo Jesus …" (Efésios 2:10), e Ele não nos vê como somos agora, mas como seremos apresentados a Ele um dia "… igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível".
Como a pérola sai do mar, assim a igreja sairá de entre todos os povos da terra, judeus e gentios: nas profecias bíblicas o mar simboliza os povos.
Ele se desfez de toda a glória que tinha nos céus para comprar a igreja para Si, e ao chegarmos à descrição da Nova Jerusalém no livro do Apocalipse, futuro lar da igreja, vemos o emblema dela na entrada: as portas serão feitas de pérolas. Não se trata apenas de uma coincidência, mas foi planejado por Ele.
A REDE
A parábola da rede diz respeito a uma seleção que será feita "no fim desta era". Trata-se da última parábola de uma série de sete, todas concernentes ao Reino dos céus, portanto esta é uma figura do fim da fase presente, ou a "consumação deste mundo" segundo a parábola do trigo e do joio, com a qual se assemelha muito.
Como ensina também aquela parábola, haverá um trabalho de seleção entre bons e maus no início do Milênio, feito pelos anjos de Deus, simbolizados pelos pescadores. Enquanto que a parábola do trigo e do joio trata da separação que haverá dos filhos de Deus (os verdadeiros crentes) e dos filhos do diabo (os que fingem ser crentes mas não são), a parábola da rede diz respeito à separação que será feita entre os justos e os perversos no mundo inteiro (o mar).
No meio do período da tribulação será pregado o Evangelho eterno por um anjo para todo o povo da terra, conclamando todo mundo a temer e adorar a Deus, criador de todas as coisas (Apocalipse 14:6,7).
Os justos, que temerem e adorarem a Deus, ainda vivos na segunda vinda de Cristo, no Reino do seu Pai (versículo 43).
Os perversos, que se revelam ao continuar a se rebelar contra Deus, serão lançados na "fornalha ardente onde haverá choro e ranger de dentes" - portanto conscientes, e lamentando-se da sua situação e do seu destino.
Este é o inferno, onde aguardarão o julgamento final que virá em seguida ao milênio, após o qual serão lançados no "lago de fogo" (Apocalipse 20:13).
Hoje em dia está se tornando "de mau gosto" pregar ou falar no inferno de púlpito nos meios cristãos. Mas o Senhor Jesus, que veio ao mundo para dar a Sua preciosa vida para salvar os pecadores, nunca titubeou em adverti-los do terrível destino que os espera se continuarem em seu pecado.
O pecador precisa ser alertado ao perigo que está correndo. Como disse alguém: "sabendo do perigo que corre, mesmo quem não tem a convicção do além poderá se converter e aceitar a salvação que Cristo oferece, pois assim estará duplamente seguro: tanto se não houver nada como ele pensa, ou se realmente for verdade, como a Bíblia assevera".
FONTES DE PESQUISA
http://www.bible-facts.info/comentarios/nt/mateus/tesouroperolaerede.htm
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