Lição 05 - A centralidade de Cristo (Solus Christus)

"Porque há um só Deus e um só mediador entre os homens, Jesus Cristo, homem" - I Timóteo 2.5
Texto Bíblico Básico: Atos 4.5-12,19,20
CRISTO, SOMENTE CRISTO!
Resultado de imagem para solus christusAo longo da história cristã, é comum encontrarmos várias modalidades de “Cristo mais alguma coisa”. O ensino bíblico é muito claro: nossa salvação depende inteiramente da obra de Cristo realizada em nosso lugar. Ele foi nosso substituto, recebeu uma morte que era nossa para que, por ele, tivéssemos vida em seu nome. Mas a natureza humana não se sente muito confortável em ter de depender de alguém, não é verdade? É por esse desejo humano de autonomia que a história cristã vem registrando a criatividade humana em acrescentar alguma coisa (algo feito pelo ser humano para que ele tenha uma participação “razoável” em sua própria salvação) à pessoa e obra de Cristo. 
Jesus Cristo é o fundamento, o dono, o edificador e o protetor da Igreja (Mt 16.18). Ele é o único Salvador e o único Mediador entre Deus e os homens. Não há salvação fora dele e ninguém pode chegar ao Pai senão por meio dele. A Reforma Protestante reafirmou essa doutrina essencial da fé cristã. Consideremos alguns aspectos importantes dessa doutrina:
1. Jesus Cristo é a pedra fundamental da igreja – A doutrina romana que afirma ser o papa a pedra fundamental da igreja, sobre a qual ela está edificada, não possui amparo bíblico. Pedro nunca foi papa nem o papa é sucessor de Pedro. A igreja só tem um fundamento que é Cristo (1Co 3.11). A pedra sobre a qual a igreja está edificada é Cristo. Só ele é a rocha que não se abala. Edificar a igreja sobre qualquer outro fundamento é construir para o desastre.
2. Jesus Cristo é o cabeça da igreja – Jesus é o dono da igreja. Ele mesmo disse: “Eu edificarei a minha igreja” (Mt 16.18). Ele é o bom, o grande e o supremo pastor da igreja. Ele deu a sua vida por ela. Ele a remiu com o seu próprio sangue. Ele a governa e com ela vai reinar por toda a eternidade. Na igreja de Deus não existe espaço para um bispo universal. Isso é uma usurpação do lugar que só pertence a Cristo. Jesus é o cabeça da igreja, o Senhor da igreja, o soberano que a governa, o noivo que a desposará e com ela reinará para sempre.
3. Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens – A Reforma Protestante rejeitou decididamente, fundamentada na Palavra de Deus, a doutrina romana que proclama o papa como sumo pontífice. O supremo mediador entre Deus e os homens não é o papa, nem Maria, nem os apóstolos nem qualquer outro personagem da história. A Bíblia é clara em afirmar: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem” (1Tm 2.5). Jesus foi claro e enfático: “Eu sou ocaminho, a verdade, e a vida e ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus é o caminho para o céu, a porta do céu, o único que pode nos levar até o Pai.
4. Jesus Cristo é o único Salvador – A Reforma Protestante retornou à doutrina bíblica que proclama Jesus Cristo como o único Salvador. A salvação não vem por meio dos méritos humanos nem é resultado de suas obras meritórias. A salvação não é alcançada por meio dos sacramentos ministrados pela igreja nem mesmo pela mediação de Maria. A salvação é obra da graça de Deus por intermédio do seu Filho. A Bíblia falando da centralidade e exclusividade de Jesus Cristo como Salvador, diz:: “E não há salvação em nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). O sacrifício expiatório de Cristo na cruz é o único fundamento da nossa salvação.


5. Jesus Cristo é o único edificador e protetor da igreja – Jesus afirmou: “Eu edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). A igreja é o corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro. O mesmo Jesus que morreu e ressuscitou e está à destra do Pai, está edificando a sua igreja por meio da sua Palavra e da sua providência. É ele mesmo quem a protege da fúria do inimigo e quem a preserva até o dia de apresentá-la como noiva santa, pura e imaculada. Nesse dia, então, o universo restaurado, verá na igreja, a suprema riqueza da graça de Deus, para que toda a glória seja dele pelos séculos dos séculos.

Cristo + penitências

A teologia reformada insiste que a salvação não é uma obra realizada em parte por Jesus e em parte pelo pecador. A salvação e tudo o que está diretamente ligado a ela (como o perdão de pecados, por exemplo) é obra exclusiva de Deus.
Pedro é claro ao afirmar: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.11-12).
Deus não tem colaboradores na salvação. A salvação é uma obra realizada exclusivamente por ele. Associar a ela qualquer esforço ou mérito humano é depreciar o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, realizado de uma vez por todas em favor de todo aquele que crê. Contra a doutrina da colaboração humana na salvação, a teologia reformada grita a plenos pulmões: Cristo! Cristo! Só Cristo!

Cristo + dízimo e ofertas

É triste e vergonhoso perceber como a prática romana das indulgências não apenas entrou, mas foi aperfeiçoada no meio evangélico. Os vendedores de indulgências da Idade Média trocavam a salvação ou a redução das penas no purgatório por dinheiro. Os modernos comerciantes da fé vendem não apenas a salvação (sobre a qual pouco se fala nos cultos voltados à prosperidade, mais interessados nas bênçãos terrenas), mas também relíquias “poderosas”, como fios de barba dos apóstolos, o manto de Elias (esse profeta devia ter muitos mantos, pois são vendidos em toda parte), pedaços da arca de Noé, da arca da aliança e até da cruz de Cristo.
Engana-se quem pensa que esse é o ponto mais alto a que pode chegar a criatividade humana. Insatisfeitos com a venda da salvação e de relíquias religiosas, os mercadores da fé começaram a vender até mesmo orações e visitas a enfermos e idosos.
O que é mais alarmante em tudo isso é que muitos cristãos não percebem o quanto isso fere a supremacia da obra de Cristo. O poder cristão não vem de relíquias de qualquer espécie, mas de Cristo, que é o Senhor e cabeça da igreja. É somente quando permanecemos ligados à videira que obtemos a seiva que nos alimenta e revigora. Somente quando estamos ligados à videira podemos dar fruto. Esse é o ensino do próprio Jesus (Jo 15.5).
O mesmo acontece com a venda de orações. Jesus é quem intercede por nós (Rm 8.34). Ele é o único Mediador entre nós e Deus (1Tm 2.5) e, como nosso sumo sacerdote eterno, vive sempre para interceder por nós (Hb 7.25). É ele mesmo quem ensina: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). E, certamente, quando Paulo orientou os crentes gálatas a levar as cargas uns dos outros (Gl 6.2), esperava que isso fosse feito gratuitamente.
Contra a comercialização da fé, da salvação, das orações e das relíquias, a teologia reformada afirma: Cristo! Cristo! Só Cristo!

 Cristo mais + a participação nas atividades eclesiásticas

Há uma forma sutil de acrescentar um adereço à pessoa e obra de Cristo: a participação nas atividades eclesiásticas.
É correto e bom participar dos cultos. Isso deve ser encorajado em todas as igrejas: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns;” (Hb 10.25). Quando participamos do culto público, Deus fala conosco nos cânticos, na leitura da Palavra e na pregação. Somos edificados e consolados quando adoramos a Deus pela mediação de seu Filho por tudo o que ele é, fez e fará por nós.
Algumas igrejas têm outros tipos de reunião: reuniões de mocidade, de senhoras, de crianças, trabalhos sociais, etc. Participar de tudo isso é uma grande bênção, especialmente daquelas atividades em que podemos colocar em prática a capacitação espiritual que recebemos de Deus para o trabalho na sua obra. Além disso, somos cristãos e precisamos participar da vida da igreja. Somos um corpo cujo cabeça é Cristo e precisamos adorá-lo como indivíduos e como corpo, como comunidade de fé.
É claro que os cristãos devem ter prazer nos cultos, sabendo que esse é um momento especial de comunhão com Deus. O problema surge quando reduzimos a vida cristã à participação em uma enxurrada de atividades eclesiásticas. Vida cristã não é o mesmo que participação em atividades eclesiásticas diárias. Vida cristã é comunhão com Deus pela mediação de Cristo.
Devido à grande ênfase dada à participação em atividades eclesiásticas, muitos cristãos assimilam a ideia de que estar presente ao maior número possível de atividades é algo que está diretamente associado à salvação. Isso está errado. Ninguém é salvo por participar de atividades eclesiásticas, mas por ter Cristo como seu Salvador pessoal.
A essa ênfase exagerada na necessidade de participação em atividades eclesiásticas, a teologia reformada afirma: Cristo! Cristo! Só Cristo!
Cristo mais isso, Cristo mais aquilo. Os diversos “apêndices” que o ser humano acrescenta a Cristo não mudam a realidade: somos inteiramente dependentes de Jesus para nossa salvação. Nada há que possamos fazer para obtê-la e só a recebemos porque Cristo fez por nós tudo o que era necessário. Até mesmo a fé com que nos apropriamos dessa salvação é fruto da sua graça. Somos inteiramente dependentes dele. Para salientar em nosso coração essa dependência, a teologia reformada sempre afirmou, com muito vigor: Só Cristo!
FONTES DE PESQUISA
http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/solus-christus-somente-cristo/
http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/solus-christus/

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