Lição 03 - Os Dois Ícones da Igreja Primitiva
"Olhai, pois por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele resgatou com seu próprio sangue" - Atos 20.28
PEDRO, O PRIMEIRO LÍDER DA IGREJA
Nenhum outro personagem neotestamentário causa tão profunda impressão no coração do leitor bíblico quanto esse impulsivo pescador galileu, cuja fervorosa devoção em servir seu Mestre o fez tornar-se um dos mais destacados e celebrados obreiros do Evangelho em todos os tempos. A relevância de Pedro para a história da Igreja se faz sentir na própria ordem da lista dos apóstolos. Embora a seqüência desses nomes varie conforme as citações dos evangelistas, dois dos discípulos são sempre apresentados na mesma ordem: o primeiro e o último. Se, para os autores sinópticos, o lugar de ignomínia e vergonha pertence ao abjeto Judas Iscariotes, por outro lado, a proeminência dentre os doze cabe a Simão, chamado Pedro (Mt 10.2, Mc 3.16, Lc 6.14).O impacto causado pela figura de Pedro ao leitor do Novo Testamento obedece à razão direta de sua semelhança com cada um de nós, na complexidade de nossas contradições e ambiguidades. A natureza de Pedro assemelha-se a um turbulento redemoinho onde pululam as mais louváveis virtudes e as mais repreensíveis fraquezas. Desse vigoroso pescador podia-se esperar qualquer coisa, exceto um comportamento previsível diante dos desafios do cotidiano. Por isso, suas reações a eles variavam desde a mais expressiva coragem, como no andar sobre as águas tempestuosas do Mar da Galiléia (Mt 14.28-31), até posições pusilânimes como a da noite em que, aos impropérios, negou seu Mestre (Mt 26.69-75). Dentre os inúmeros personagens do Novo Testamento, Pedro é um dos que mais se destaca por sua humanidade. Seus erros e acertos chamam atenção, sendo tema de muitas lições de vida. O carinho de Jesus por uma pessoa tão comum e cheia de falhas como Pedro é motivo de esperança para cada um que se espelha na vida deste apóstolo. Jesus mudou o nome dele de Simão que significa inconstante ou aquele que ouve para Pedro com sentido de rocha, pedra e firmeza (Marcos 3.16). Isso sinalizava uma grande mudança em sua vida.
1- Dados pessoais:
-Nome: Simão; Cristo lhe chamou de Pedro (grego) ou Cefas (aramaico) a Rocha (João 1.42). -Filho de João (João 21.15) ou Jonas (Mateus 16.17 - Barjonas significa filho de Jonas);
-Irmão de André, que o levou a Jesus (João 1.40);
-Profissão: pescador (Mateus 4.18);
-Residência: Cafarnaum (Marcos 1.21 e 29);
-Um dos doze apóstolos (Mateus 10.2);
-Casado (Mateus 8.14 e I Coríntios 9.5);
-Martírio: Foi morto por volta do ano 64 d.C. na perseguição de Nero à Igreja (João 21.18 e 19).
Entendemos que Pedro era um homem comum entre tantos outros da época e foi chamado estrategicamente por Jesus para que outros na comunidade soubessem e conhecessem o evangelho.
2- Personalidade de Pedro:
Algumas características da personalidade de Pedro são:
-Naturalmente impulsivo (Mateus 14.28 e João 21.7);
-Terno e afetuoso (Mateus 26.75; João 13.9 e 21.15-16);
-Cheio de estranhas contradições: às vezes presunçoso (Mateus 16.22; João 13.8) outras vezes tímido e covarde (Mateus 14.30 e 26.69-72). Pronto ao auto sacrifício (Marcos 1.18), no entanto inclinado à autogratificação (Mateus 19. 27). Dotado de introspecção espiritual (Mateus 18.21), no entanto vagaroso para aprender as verdades mais profundas (Mateus 15.15,16).
-Fez duas grandes confissões de sua fé em Cristo, (Mateus 16.16; João 6.68,69) e também o negou de maneira covarde (Marcos 14.67-72);
-Foi repreendido por Jesus (Marcos 8.33) e por Paulo (Gálatas 2.11).
Muitos erros são destacados na vida de Pedro, mas era uma pessoa cheia de vontade de viver ao lado de Jesus, pois sempre estava seguindo seu mestre. Todos estes erros são para nos mostrar como também somos pecadores e amados por Deus.
3- A mudança na vida de Pedro:
A partir do Pentecostes, Pedro foi fortalecido pelo Espirito Santo, que:
-Deu-lhe sabedoria para instruir pecadores ao arrependimento (Atos 2.14);
-Se tornou ousado e corajoso (Atos 4.13,19 e 20);
-Tornou-o um vaso de bênção para os enfermos (Atos 5.15);
-Passou a orar de maneira mais eficaz (Atos 4.40);
-Qualificou-o para tornar-se um portador do Espírito aos gentios (Atos 10.44 e 45);
A grande transformação na vida de Pedro espelha a conversão experimentada por todo aquele que conhece o poder de Deus em sua vida. Isso nos inspira que é possível mudar.
4- Milagres realizados através de Pedro:
Alguns milagres que aconteceram por intermédio de Pedro foram:
-Cura do aleijado: (Atos 3.6 e 7);
-Morte de Ananias e Safira: (Atos 5.5 e 10);
-Doentes curados com a sombra de Pedro: (Atos 5.15 e 16);
-Ressurreição de Dorcas: (Atos 9.36,37 e 40);
-Enéias curado: (Lucas 9.33 e 34).
Estes milagres são apenas alguns que a Bíblia relata de tantos realizados pelo apóstolo. Isso marca a potência de Deus em um homem totalmente transformado. Mas o maior de todos os milagres era sua própria vida.
Aprendemos com o exemplo da vida deste apóstolo que muitos de nós somos pessoas comuns e somos escolhidos por Jesus também. Mesmo apesar de nossos erros podemos ser chamados pelo Senhor e experimentar uma transformação em nossas vidas.
Jesus te ama mesmo com seus defeitos!
GRANDE FRACASSO E RENOVAÇÃO
Pedro nega a Jesus. No capítulo 26 do evangelho de Mateus está registrada a mais importante e mais amarga experiência da vida de Pedro. Por três vezes ele negaria seu Mestre. Logo ele que havia prometido ir com Jesus até à morte, se preciso (v 35). O acontecimento se dá no pátio da casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e anciãos estão reunidos. Jesus está preso. Todos buscam acusações contra ele. Depois de um interrogatório breve, cospem-lhe o rosto e o esbofeteiam. Pedro observa. De repente, uma criada se aproxima e lhe diz: “Tu estavas Com Jesus, o Galileu”. Ele responde: “Não sei o que dizes”. Amedrontado, sai para o vestíbulo, quando uma outra criada diz para os que ali se encontram: Este também estava com Jesus, o nazareno”. “Eu juro que não conheço tal homem”, Pedro responde, irrefletidamente. Ah! Mas o sotaque dele o denuncia. “Verdadeiramente tu és um deles, pois a tua fala te denuncia”, acusam-no de novo. Pedro se indigna, começa a praguejar e jurar; diz: “Não conheço esse homem”. O galo começa a cantar. Imediatamente Pedro lembra o que Jesus havia dito, e qual não foi sua dor quando, naquele mesmo momento, Cristo o olha de forma penetrante. Só lhe resta chorar, chorar amargamente. Era a tristeza segundo Deus, que opera o arrependimento para a salvação (2 Co 7.10). Ali Pedro é despido de todo sentimento de orgulho, prepotência e superioridade que o caracterizou nos três anos de discipulado. Sem dúvida alguma, o fato de fazer parte do círculo íntimo de Jesus e as revelações que recebera de Deus fizeram-no pensar que era melhor que os demais. Agora se sentia o pior de Todos. Começava a conversão de Pedro.
Procurado por Jesus. Os dias que se seguiram à morte de Cristo foram sombrios para Pedro. Ele ainda podia ouvir o cantar do galo e ver o olhar penetrante de Jesus. Os pensamentos que campeavam sua cabeça eram de desilusão, frustração e pesar. Negar seu Mestre, não, aquilo seria irreparável. De repente, as mulheres lhe trazem a notícia de que Jesus havia ressuscitado e mandara um recado para ele: “Mas ide, dizei a seus discípulos [de Jesus] E A PEDRO que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis como ele disse” (Mc 16.7). Ali começava a restauração de Pedro. Mais tarde, Jesus lhe aparece, ressurreto, em circunstâncias desconhecidas (Lc 24.34).
Foi no mar de Tiberíades que se deu o último estágio da restauração. João conta que, mesmo depois de todas as experiências que tivera com o Senhor, Pedro resolve voltar à pesca (cap 21). Alguns dias se haviam passado desde que Jesus aparecera pela segunda vez aos discípulos no Cenáculo – naquela ocasião, Ele lançou em rosto a incredulidade de Tomé (Jo 20.27). Junto com Tomé, Natanael, Tiago e João, Pedro tem uma idéia que revela mais uma vez a inconstância de seu caráter. Ele diz: “Vou Pescar”. Naquela noite, nada apanharam. De manhã, Jesus aparece na praia, mas não é, a princípio, reconhecido por eles. “Filhos, tendes alguma coisa que comer?”, pergunta o “desconhecido”. “Não”, é a resposta que tem. “Lançai a rede à direita do barco e achareis”, continuo. Obedeceram a ordem e uma multidão de peixes emergiu na rede. Estava se repetindo o milagre da pesca maravilhosa. Acredito que Jesus queria lembrar-lhes alguma coisa a: que em uma circunstância bem parecida como aquela, ele fora chamado para abandonar a pescaria para ser pescador de homens. Por que então estava voltando ao mar?
Foi João quem primeiro percebeu que era Jesus e abriu os olhos de Pedro: “É o Senhor” (v7). Quando Simão Pedro reconheceu Jesus, cingiu-se (estava nu) e lançou-se no mar. Na praia, depois de jantarem, Jesus se dirige a Pedro com a seguinte Pergunta: “Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que a estes?” “Sim, Senhor; tu sabes que eu te amo”, respondeu Simão. “Apascenta as minhas ovelhas”, continuou Jesus. Simão seria questionado mais duas vezes com a mesma pergunta. Pela terceira vez, ele responde, agora entristecido, “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. “Apascenta as minhas ovelhas”, Jesus lhe pede pela terceira vez. Pronto: Pedro estava restaurado, convertido, transformado; pronto a ir até à morte por Jesus. Tanto é que, logo em seguida, o Senhor vaticina sobre o tipo de morte que Pedro teria, com que glorificaria a Deus (vv 18,19).
TOTALMENTE TRANSFORMADO
Pedro no Pentecostes. Jesus já havia voltado para o céu. Antes, porém, ordenou que os discípulos não se ausentassem de Jerusalém até que do alto fosse revestidos de poder (At 1.8). Cinqüenta dias depois da ressurreição de Jesus, acontece o cumprimento da promessa e os discípulos são batizados com o Espírito Santo (At 2.1-5). Os sinais resultantes do batismo chamam a atenção de judeus de todo o mundo que estão ali reunidos para celebrarem a festa de Pentecostes e querem saber o que era aquilo. Pronto. Pedro, cheio do Espírito Santo, levanta-se e prega o seu primeiro sermão com tanta ousadia e destemor que quase três mil almas se converteram. Seu temperamento destemido, impulsivo e ousado estava agora a serviço de Deus, sob total controle do Espírito Santo. Imaginem só alguém que negara Jesus diante de simples criados, agora o confessando diante de grandes autoridades.
Pedro após o Pentecostes. O comentarista deste trimestre fala de dois elementos que marcaram o ministério de Pedro: graça para resistir à perseguição e zelo pela integridade da igreja.
a) Resistindo à perseguição. O homem inconstante que não conseguia velar sequer uma ora em oração com seu Mestre, agora é um crente de constante oração. E estava indo orar, juntamente com João, quando curaram um coxo à porta do templo (At 3.1-9). Naquela oportunidade, Pedro pregou seu segundo sermão, resultando na conversão de quase cinco mil almas (At 4.4). O tumulto chamou a atenção dos sacerdotes e dos capitães do templo, os quais conduziram Pedro e João ao Sinédrio, o mesmo tribunal que julgara Jesus. Pedro agora está convertido, está seguro e convicto, a ponto de defender com toda a ousadia a causa do Mestre e regozijar-se por se haver digno de sofrer pelo seu Senhor (At 5.42). Nem mesmo os grandes interpretes da lei judaica conseguiram calar o homem, muito pelo contrário, ficaram impressionados com a sabedoria co que Pedro falava, sabendo que este era homem indouto. Pressionado para que parar-se de pregar, Pedro se saiu com esta pérola: “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
b) Zelando pela integridade. A igreja recém-formada crescia de forma impressionante. Grande era o entusiasmo entre aqueles primeiros crentes. Ele vendiam suas propriedades e traziam aos pés dos apóstolos. É nessa conjuntura que Pedro, como um líder na igreja, tem que lidar com os ardis de Ananias e Safira, um casal que usou de falsidade para com a comunidade dos santos. Eles venderam voluntariamente uma propriedade, a fim de que o dinheiro fosse doado para a realização de obras sociais na igreja. Mas não entregaram o valor combinado, guardaram uma parte, tentando assim enganar o homem de Deus. A desonestidade do casal foi revelada a Pedro pelo Espírito Santo. Não, a igreja não podia abrir aquela fissura logo de início. Pedro precisava tomar uma posição. E agiu. Por uma questão de integridade – isso não se negocia –, ministrou uma punição extrema – a morte - sobre Ananias e Safira (At 5.1-10).
É importante notar o papel de liderança desempenhado por Pedro naqueles dias. Foi ele que sugeriu que se escolhesse um outro apóstolo para preencher o lugar de Judas, o traidor, e que resultou na escolha de Matias. Foi ele quem respondeu aos judeus atônitos o que significava os sinais no dia de Pentecostes, quem se insurgiu contra a desonestidade de Ananias e Safira; mais tarde daria palavra decisiva sobre os gentios, ordenando que não impusessem sobre eles o jugo dos ritos judaicos (At 15.7.-10).
Pedro foi um homem notável por sua sinceridade e forte desejo de servir a Jesus em quaisquer circunstâncias. Com sua história, aprendemos que Deus chama o homem, apesar dos seus defeitos, a fim de projetar nele o seu caráter santo mediante a obra do Espírito Santo. Pois ele conhece a estrutura de cada um de nós, sabe de nossas imperfeições e nos entende. Há, porém, uma virtude que não pode faltar ao servo do Senhor: sinceridade. Se formos sinceros e desejarmos realmente servi-lo com toda a dedicação, a porta estará aberta para o Espírito Santo efetuar as transformações necessárias em nosso caráter.
Apesar do caráter irresoluto, ele mostra uma grande fidelidade, firmeza da fé, e amor paracom seu mestre; ele é cheio de zelo e entusiasmo, embora muitas vezes se deixa influenciar por fatores externos e se mostra fraco diante das dificuldades. Nas narrativas evangélicas, Pedro aparecer como o primeiro entre eles todos os Apóstolos. Em várias ocasiões, é Pedro quem fala em nome dos outros apóstolos (Mateus 15,15, 19,27, Lucas 12,41, etc. Quando as palavras de Cristo são dirigidas a todos, Pedro, responde em nome do grupo (por exemplo, Mateus 16,16). Freqüentemente Jesus se dirige especialmente a Pedro (Mateus 26,40, Lucas 22,31, etc.) Muito característico é a fidelidade a Jesus, que Pedro demonstra em nome dos outros apóstolos. Depois que muitos dos discípulos o abandonaram, Jesus perguntou aos doze se eles também o abandonariam, a resposta de Pedro vem imediatamente: " Senhor a quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus (Vulgata" tu és o Cristo, o Filho de Deus ").
PAULO, O APÓSTOLO NASCIDO FORA DO TEMPO
Um jovem judeu nascido em Tarso e educado pelos mais importantes rabinos da sua época reagiu veementemente contra as afirmações de um nazareno e seus discípulos. O primeiro registro da atuação de Saulo de Tarso aparece no relato da execução de Estêvão, um pregador da mensagem do Cristo, poucos anos depois da morte pública de Jesus. Saulo apoiou e participou da morte de Estêvão, acreditando sinceramente que esse homem fosse um inimigo de Deus e do povo do Senhor (Atos 7:58).Saulo continuou sua campanha contra a nova religião conhecida, mais tarde, como cristianismo. Ele achou que seu dever como judeu fiel fosse a perseguição dos cristãos, e não mediu esforço para cumprir esse papel. Ameaçava, prendia e testemunhava contra os seguidores de Jesus. Foi com esse intuito que viajou quase 250 quilômetros de Jerusalém a Damasco, levando a autorização dos principais líderes dos judeus (Atos 9:1-2). Quando Saulo se aproximava de Damasco, Jesus apareceu em uma luz brilhante e confrontou os conceitos errados desse perseguidor. Saulo foi honesto e cedeu ao mesmo Senhor que ele havia perseguido com tanto zelo. Arrependeu-se dos seus erros e, três dias depois, foi batizado para o perdão dos seus pecados (Atos 22:1-16).Com a mesma determinação que opunha o cristianismo antes de conhecer a verdade, Saulo defendia a mensagem da cruz de Cristo durante todo o resto da sua vida. Conhecido na maioria das referências bíblicas como Paulo, este homem se tornou um dos mais influentes dos apóstolos de Jesus. Viajou incansavelmente para levar a mensagem do evangelho aos outro, especialmente às nações excluídas do judaísmo.Paulo escreveu 13 dos 27 livros que compõem o Novo Testamento, a parte da Bíblia que orienta os cristãos no seu serviço ao Senhor nos dias de hoje. Nesses livros, escritos na forma de cartas às igrejas e a alguns indivíduos, ele discursou sobre as diferenças importantíssimas entre a Lei que governava os judeus durante 1.500 anos (de Moisés até a morte de Jesus). Ele apresentou com clareza a mensagem da graça de Deus, oferecendo a salvação para as pessoas de todas as nações. Frisou a necessidade da transformação total daqueles que se dizem cristãos.Esse homem que desejava a morte dos cristãos passou a pregar sobre a vida. Ele mesmo almejava a vida eterna na presença de Jesus, e chamava todos para participarem da mesma glória.A conversão de Paulo custou caro. Inicialmente, os cristãos duvidavam da sua transformação, temendo que estivesse fingindo a conversão para se infiltrar na igreja e continuar suas perseguições. Quando ele mostrou a sua sinceridade, os judeus se tornaram contra e lhe perseguiam nos lugares que ele pregava – na Ásia, na Europa e na mesma cidade onde ele havia começado suas perseguições, Jerusalém.Paulo aceitou o sofrimento dessas perseguições sem perder a sua determinação de servir a Deus e de pregar o evangelho. Entregou sua vida ao Senhor, como ele disse em uma das suas primeiras cartas: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20).Paulo nunca tirou os olhos do seu alvo eterno. Décadas depois da sua conversão a Cristo, ele falou da possibilidade da sua morte como algo positivo e até desejável: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1:21-23). E, quando o momento da sua morte chegou, ainda afirmou essa confiança em Cristo:“Quanto a mim, ... o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Timóteo 4:6-8). Paulo, por suas palavras e por seu excelente exemplo, nos chama à mesma esperança em Cristo!
Formação familiar: Na época do assassinato de Estêvão, logo após o Pentecostes de 33 EC, Saulo era “jovem”. Quando escreveu a Filêmon, por volta de 60-61 EC, ele era “idoso”. (Atos 7:58; Filêmon 9) Eruditos sugerem que, de acordo com a maneira de avaliar a idade nos tempos antigos, “jovem” provavelmente se referia à idade entre 24 e 40 anos, enquanto “idoso” seria dos 50 aos 56 anos de idade. Assim, Saulo provavelmente nasceu apenas alguns anos após o nascimento de Jesus.
Naquela época havia judeus morando em muitas partes do mundo. Entre as causas de sua dispersão da Judéia estavam conquistas, escravidão, deportação, negócios e migração voluntária. Embora seus familiares fossem judeus da dispersão, Saulo destaca a lealdade que tinham à Lei, afirmando que ele havia sido “circuncidado no oitavo dia” e era “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu nascido de hebreus; com respeito à lei, fariseu”. Saulo tinha o mesmo nome hebreu de um destacado membro de sua tribo — o primeiro rei de Israel. Por ter nascido romano,Saulo de Tarso também tinha um nome latino, Paullus.[— Filipenses 3:5; Atos 13:21; 22:25-29.
O nascimento de Saulo como romano significava que um de seus ancestrais masculinos havia adquirido o privilégio da cidadania. Como? Há diversas possibilidades. Além de ser obtida hereditariamente, a cidadania podia ser concedida a pessoas ou grupos, quer por méritos específicos, simples interesse político, quer como recompensa por algum serviço notável prestado ao Estado. Um escravo que conseguisse comprar sua liberdade de um romano, ou que fosse emancipado por um cidadão romano, tornava-se romano. O mesmo acontecia com um veterano das forças armadas que fosse dispensado das legiões romanas. Habitantes nativos de colônias romanas, com o tempo, podiam tornar-se cidadãos romanos. Diz-se também que, em certos períodos, a cidadania era comprada por grandes somas. Como a família de Saulo obteve a cidadania ainda é um mistério.
Temos certeza de que Saulo nasceu em Tarso, principal cidade e capital da província romana da Cilícia (atualmente no sul da Turquia). Embora houvesse uma considerável comunidade judaica na região, a vida ali também teria exposto Saulo à cultura gentia. Tarso era uma cidade grande e próspera, conhecida como um centro acadêmico helenístico, ou grego. Calcula-se que sua população no primeiro século estava entre 300.000 e 500.000 habitantes. Era um centro comercial na principal estrada entre a Ásia Menor, a Síria e a Mesopotâmia. Tarso devia sua prosperidade ao comércio e à fertilidade da planície ao redor da cidade, que produzia principalmente cereais, vinho e linho. Sua próspera indústria têxtil produzia tecidos de pêlo de cabra, dos quais se fabricavam tendas.
A educação que Saulo recebeu: Saulo, ou Paulo, ganhava a vida honestamente e se sustentava como missionário fabricando tendas. (Atos 18:2, 3; 20:34) A profissão de fabricante de tendas era típica de sua cidade natal, Tarso. É provável que Saulo tenha aprendido essa profissão de seu pai na juventude.
O conhecimento que Saulo tinha de vários idiomas — especialmente o domínio do idioma grego, língua franca do Império Ronano — também foi muito útil em sua obra missionária. (Atos 21:37–22:2) Analistas de seus escritos dizem que o grego usado por Saulo é excelente. Seu vocabulário não é clássico ou literário, mas assemelha-se ao vocabulário usado na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento que ele frequentemente citava ou parafraseava. Com base nisso, diversos eruditos concluem que Saulo recebeu pelo menos uma boa instrução básica em grego, provavelmente numa escola judaica. “Uma instrução melhor nos tempos antigos, especialmente em grego, não era gratuita; via de regra pressupunha algum lastro financeiro”, diz o erudito Martin Hengel. Assim, a educação que Saulo recebeu sugere que ele vinha de uma família importante.
Provavelmente, antes de completar os 13 anos de idade, Saulo continuou seus estudos em Jerusalém, a uns 840 quilômetros de casa. Ele foi educado por Gamaliel, um famoso e bem-conceituado instrutor da tradição farisaica. (Atos 22:3; 23:6) Esses estudos, comparáveis com a atual educação universitária, abriam as portas para se obter fama no judaísmo.
Usou bem as habilidades: Nascido numa família judaica, em uma cidade romana e helenística, Saulo pertencia a três mundos. Sua formação cosmopolitana e multilíngue sem dúvida o ajudou a tornar-se “todas as coisas para pessoas de toda sorte”. (1 Coríntios 9:19-23) Sua cidadania romana mais tarde lhe permitiu defender legalmente seu ministério e levar as boas novas perante a autoridade máxima do Império Romano. (Atos 16:37-40; 25:11, 12) Obviamente, a formação, a educação e a personalidade de Saulo eram conhecidas do ressuscitado Jesus, que disse a Ananias: “Vai, porque este homem é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome às nações, bem como a reis e aos filhos de Israel. Pois eu lhe mostrarei claramente quantas coisas ele tem de sofrer por meu nome.” (Atos 9:13-16) Quando corretamente direcionado, o zelo de Saulo foi muito útil na divulgação da mensagem do Reino a territórios distantes.
A escolha que Jesus fez de Saulo para uma comissão especial foi um evento único na história cristã. Apesar disso, todos os atuais cristãos têm habilidades e características que podem ser usadas de maneira eficaz na divulgação das boas novas. Quando Saulo entendeu o que Jesus queria dele, não hesitou, mas fez tudo o que pôde para promover os interesses do Reino de Deus. Você faz o mesmo?
Naquela época havia judeus morando em muitas partes do mundo. Entre as causas de sua dispersão da Judéia estavam conquistas, escravidão, deportação, negócios e migração voluntária. Embora seus familiares fossem judeus da dispersão, Saulo destaca a lealdade que tinham à Lei, afirmando que ele havia sido “circuncidado no oitavo dia” e era “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu nascido de hebreus; com respeito à lei, fariseu”. Saulo tinha o mesmo nome hebreu de um destacado membro de sua tribo — o primeiro rei de Israel. Por ter nascido romano,Saulo de Tarso também tinha um nome latino, Paullus.[— Filipenses 3:5; Atos 13:21; 22:25-29.
O nascimento de Saulo como romano significava que um de seus ancestrais masculinos havia adquirido o privilégio da cidadania. Como? Há diversas possibilidades. Além de ser obtida hereditariamente, a cidadania podia ser concedida a pessoas ou grupos, quer por méritos específicos, simples interesse político, quer como recompensa por algum serviço notável prestado ao Estado. Um escravo que conseguisse comprar sua liberdade de um romano, ou que fosse emancipado por um cidadão romano, tornava-se romano. O mesmo acontecia com um veterano das forças armadas que fosse dispensado das legiões romanas. Habitantes nativos de colônias romanas, com o tempo, podiam tornar-se cidadãos romanos. Diz-se também que, em certos períodos, a cidadania era comprada por grandes somas. Como a família de Saulo obteve a cidadania ainda é um mistério.
Temos certeza de que Saulo nasceu em Tarso, principal cidade e capital da província romana da Cilícia (atualmente no sul da Turquia). Embora houvesse uma considerável comunidade judaica na região, a vida ali também teria exposto Saulo à cultura gentia. Tarso era uma cidade grande e próspera, conhecida como um centro acadêmico helenístico, ou grego. Calcula-se que sua população no primeiro século estava entre 300.000 e 500.000 habitantes. Era um centro comercial na principal estrada entre a Ásia Menor, a Síria e a Mesopotâmia. Tarso devia sua prosperidade ao comércio e à fertilidade da planície ao redor da cidade, que produzia principalmente cereais, vinho e linho. Sua próspera indústria têxtil produzia tecidos de pêlo de cabra, dos quais se fabricavam tendas.
A educação que Saulo recebeu: Saulo, ou Paulo, ganhava a vida honestamente e se sustentava como missionário fabricando tendas. (Atos 18:2, 3; 20:34) A profissão de fabricante de tendas era típica de sua cidade natal, Tarso. É provável que Saulo tenha aprendido essa profissão de seu pai na juventude.
O conhecimento que Saulo tinha de vários idiomas — especialmente o domínio do idioma grego, língua franca do Império Ronano — também foi muito útil em sua obra missionária. (Atos 21:37–22:2) Analistas de seus escritos dizem que o grego usado por Saulo é excelente. Seu vocabulário não é clássico ou literário, mas assemelha-se ao vocabulário usado na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento que ele frequentemente citava ou parafraseava. Com base nisso, diversos eruditos concluem que Saulo recebeu pelo menos uma boa instrução básica em grego, provavelmente numa escola judaica. “Uma instrução melhor nos tempos antigos, especialmente em grego, não era gratuita; via de regra pressupunha algum lastro financeiro”, diz o erudito Martin Hengel. Assim, a educação que Saulo recebeu sugere que ele vinha de uma família importante.
Provavelmente, antes de completar os 13 anos de idade, Saulo continuou seus estudos em Jerusalém, a uns 840 quilômetros de casa. Ele foi educado por Gamaliel, um famoso e bem-conceituado instrutor da tradição farisaica. (Atos 22:3; 23:6) Esses estudos, comparáveis com a atual educação universitária, abriam as portas para se obter fama no judaísmo.
Usou bem as habilidades: Nascido numa família judaica, em uma cidade romana e helenística, Saulo pertencia a três mundos. Sua formação cosmopolitana e multilíngue sem dúvida o ajudou a tornar-se “todas as coisas para pessoas de toda sorte”. (1 Coríntios 9:19-23) Sua cidadania romana mais tarde lhe permitiu defender legalmente seu ministério e levar as boas novas perante a autoridade máxima do Império Romano. (Atos 16:37-40; 25:11, 12) Obviamente, a formação, a educação e a personalidade de Saulo eram conhecidas do ressuscitado Jesus, que disse a Ananias: “Vai, porque este homem é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome às nações, bem como a reis e aos filhos de Israel. Pois eu lhe mostrarei claramente quantas coisas ele tem de sofrer por meu nome.” (Atos 9:13-16) Quando corretamente direcionado, o zelo de Saulo foi muito útil na divulgação da mensagem do Reino a territórios distantes.
A escolha que Jesus fez de Saulo para uma comissão especial foi um evento único na história cristã. Apesar disso, todos os atuais cristãos têm habilidades e características que podem ser usadas de maneira eficaz na divulgação das boas novas. Quando Saulo entendeu o que Jesus queria dele, não hesitou, mas fez tudo o que pôde para promover os interesses do Reino de Deus. Você faz o mesmo?
As viagens missionárias do Apóstolo Paulo:
O trabalho evangelístico do Apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos, acontecendo principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais, pois quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo se tornavam o núcleo de uma nova comunidade local. Assim, Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. Podemos resumir a estratégia missionária usada pelo Apóstolo Paulo da seguinte forma:
- Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas.
- Pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.
- Focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação.
- Percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes de modo que as aplicava na mensagem evangélica.
- Mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de confiança.
- Estava atento as desigualdades presentes na sociedade da época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus, além de solicitar que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em Atos 14:21-23, podemos perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.
- A primeira viagem missionária de Paulo (At 13:1-14:28): não sabemos exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem, apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios. Basicamente, a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e a parte sudeste da província romana da Galácia. Até um determinado momento da viagem, Barnabé era o líder, Paulo era o pregador principal, e João Marcos o auxiliador. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, Paulo assumiu a liderança da missão.
- A segunda viagem missionária de Paulo (At 15:36-18:22): o propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo, era visitar os irmãos por todas as cidades em que já haviam anunciado a palavra do Senhor (At 15:36). Entretanto, ao discutirem sobre a ida de João Marcos na viagem, Paulo e Barnabé decidem se separar, e Paulo leva consigo Silas. A data provável dessa viagem fica entre 50 e 54 d.C. O território coberto foi bem maior em relação à primeira viagem, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Em Corinto, Paulo permaneceu um longo tempo (At 18:11,18), pregando e exercendo sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, prometendo que retornaria em outra ocasião (At 18:20,21).
- A terceira viagem missionária de Paulo (At 18:23-21:16): essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O Apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali ele passou um longo período (At 19:8-10; 20:3), cumprindo a promessa anteriormente feita. É provável que todas, ou pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia
- tenha sido fundada durante esse período. Parece que, antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita a cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveria 1 Coríntios. Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente, o Apóstolo Paulo chegou pela primeira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, ele escreveu a Epístola aos Romanos (Rm 15:22-25).
O resultado das viagens missionárias do Apóstolo Paulo foi extraordinário, e o Evangelho havia se espalhado consideravelmente. Estima-se que, perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ser fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o Apóstolo Paulo.
O debate do Apóstolo Paulo com Pedro:
Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios deviam observar a lei mosaica e se enquadrar nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão, para que pudesse haver igualdade na comunidade cristã.
O Apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça, e se posicional de forma clara contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, Paulo repreendeu Pedropublicamente (Gl 2:14), depois que este havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o Apóstolo a escrever uma epístola de advertência aos Gálatas, apresentando com grande ênfase o tema “salvação pela graça mediante a fé”.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os Apóstolos e Anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.
Prisões e morte do Apóstolo Paulo:
Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o Apóstolo Paulo sofreu, principalmente pelo livro de Atos não descrever toda a história do Apóstolo, e pelo fato de Paulo provavelmente ter sido preso algumas vezes de forma rápida, como em Filipos na descrição de Atos 16:23.
Citando as prisões significativas do Apóstolo Paulo, sabemos que ele foi preso em Jerusalém (At 21), e para impedir que fosse linchado, Paulo foi transferido para Cesaréia, onde Felix, o governador romano, o deixou na prisão por dois anos (At 23-26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus para por eles ser julgado. Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável, então ele, na qualidade de cidadão romano, apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o Apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível tempestade marinha, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta. Finalmente chegou a Roma na primavera, e passou dois anos sob prisão domiciliar, onde ele tinha total liberdade para ensinar sobre o Evangelho (At 28:31). Nesse ponto termina a história descrita no livro de Atos dos Apóstolos, e o restante da vida de Paulo precisa ser contado com registros de outras fontes.
Depois disso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento parte das Epístolas Pastorais, sugerindo que o Apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma (2Tm 4:16,17) por volta de 63 d.C., e visitou a área do Mar Egeu e viajou até a Espanha, antes de haver sido novamente aprisionado e, desta vez, executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2Tm 4:6-18). O se sabe é que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do Apóstolo Paulo à Espanha. Sobre sua morte, a tradição conta que ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma, por decapitação.
Epístolas escritas pelo Apóstolo Paulo:
- Romanos
- I Coríntios
- II Coríntios
- Gálatas
- Efésios
- Filipenses
- Colossenses
- I Tessalonicenses
- II Tessalonicenses
- I Timóteo
- II Timóteo
- Tito
- Filemon
FONTES DE PESQUISA
http://www.esbocosermao.com/2014/03/a-vida-do-apostolo-pedro.html
http://assembleianospuritanos.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-apostolo-simao-pedro-doze.html
http://www.estudosdabiblia.net/jbd284.htm
https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/04/saulo-de-traso-um-vaso-escolhido-para-o.html
https://estiloadoracao.com/historia-do-apostolo-paulo/
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