Galera de Cristo 09 - Sardes, a Igreja Agonizante
"A Mentalidade da Carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz"
Romanos 8.6
PAPO SÉRIO
O CONTEXTO DE SARDES
A igreja em Sardes foi morrendo aos poucos, até esvaziar-se por completo do espírito santo. Agora, já não passa de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Assemelhava-se aos defuntos preparados em ricas funerárias. Bem maquilada e vestida ricamente, impressionava por sua vida sem vida. Ela, porém, já começava a cheirar mal. Muitas igrejas hoje assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento o que fazem jus é o atestado de óbito, o que poderia ter sido evitado, bastando buscar por um avivamento. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história.
A IGREJA EM SARDES
1. A cidade de Sardes. A cidade de Sardes, por estar situada a quinhentos metros acima do nível do mar, considerava-se inexpugnável.
Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro e prata em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes eram tidas como indispensáveis a boa saúde. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Haja vista o fabuloso Creso. Ascendendo ao trono no sexto século A.C., este rei acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: “Rico como Creso”. Quem visita hoje, a Turquia, espantasse com as ruínas de Sardes. Nem sombra há daquele reino que se elevava aos céus.
2. A Igreja em Sardes. Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3). E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27,16; Jo 17.2; At 3.15). Mas não demorou muito, e Sardes começou a necrosar-se; morria e não percebia que estava morrendo (Ap 3.1). Sardes, agora, vivia de aparências. Embora parecesse avivada, jazia sem vida. Sua liturgia até lembrava o cenáculo, mas não passada de uma bem ritmada marcha fúnebre. Este é o retrato de algumas igrejas. No exterior, bela apresentação caiada, no interior o acúmulo de mortos (Mt 23.27). E os que ainda vivem já não suportam o mal cheiro dos que apodrecem moral e espiritualmente.
A IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR DA CARTA.
À igreja de Sardes, apresenta-se Jesus como aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Dessa forma, o Senhor realça a ação plena do Espírito Santo na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma igreja morta. Lembra-se do vale de ossos secos visto por Ezequiel? Se buscarmos a Deus, o Senhor Jesus assoprará sobre nós o seu Espírito. Cada osso com o seu osso se ajuntará; os nervos e tendões aparecerão e as carnes e peles vestirão todos os esqueletos, prontificando-os como o poderoso exército de Jeová (Ez 37).
1.O que tem os sete Espíritos de Deus (Ap 3.1). Era urgente que Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é impossível. Foi Ele quem transmitiu movimento e beleza a uma terra sem forma e vazia (Gn 1.1,2). No ventre da Virgem de Nazaré, concebeu o Filho de Deus (Lc 1:35). E no Pentecostes, derramou-se sobre os discípulos (At 2.1-4). Sem o Espírito Santo, não há regeneração, pois o novo nascimento é operado por Ele (Jo 3.5). Se Sardes estava morta, carecia com urgência do Espírito da vida (Rm 8.2).
2. Os sete Espíritos de Deus. Existe apenas um único Espírito Santo (Ef.4.4). Sua ação, todavia, é tão perfeita e eficaz, que Isaias escreve por sete vezes descreve: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor“ (Is 11.2).
Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram- se esvaziar de Deus.
3.As sete estrelas. Apresenta-se Jesus, também como o soberano da Igreja. Tanto local quanto universalmente. Ele é a cabeça da Igreja, pois resgatou-a com seu precioso Sangue (Ef 5.23; 1 Pe 1.17- 19). Eis porque os pastores, no Apocalipse, são representados como as estrelas que se acham na destra do Cordeiro (Ap 1.20; 3.1). Portanto, se alguém quer brilhar, que brilhe nas mãos do senhor como luz em um mundo que jaz no maligno.
A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA
Aos olhos das demais igrejas Sardes exibia-se bela e viva. Mas aos olhos de Cristo, não passava de um defunto bem produzido. Aliás, a sua certidão de óbito já estava lavrada com a explicação da causa mortis.
1.Perda de memória. A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora vivesse do passado. Já não consegue lembrar-se do que recebera de Deus. A exortação do Senhor é urgente: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te” (Ap 3.3a) A situação de Sardes era mais grave do que a de Éfeso. Esta igreja ainda podia lembrar- se do primeiro amor e voltar ao local onde caíra. Mas aquela, estando morta, carecia de uma ressurreição; um grande e poderoso avivamento. O Senhor Jesus, porém. Tanto nos restaura a memória espiritual, como nos faz ressurgir dentre os mortos (Ef 5.14).
2. Desleixo. Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras tem de primar pela excelência. A igreja em Sardes, todavia, desprezando o padrão divino, fizera-se tão relapsa, que o Senhor já não a suportava: “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2). No âmbito do Reino de Deus a perfeição é o padrão mínimo aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. (Rm 2.7,8). A perfeição na Igreja de Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja” (Jr 48.10).
3. Descanso para com o remanescente fiel. No necrotério de Sardes, havia alguns crentes que ainda respiravam. E o Senhor estava preocupado com eles: ”Sê vigilante, e confirma os restantes que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (AP 3.2). Jesus queria preservar a vida daqueles poucos homens e mulheres que não haviam contraído a moléstia deste século: orgulho, rebelião, adultério, fornicação, heresia, roubo, cobiça, calúnias. É hora de confirmar os que ainda respiram. Confirmemos através da Palavra de Deus, da oração, da comunhão dos santos e do serviço evangelístico e missionário. Quanto aos que já morreram, que ouçam a voz do nosso Senhor Jesus Cristo: “Desperta ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5.14).
Se o anjo da igreja em Sardes não cumprisse os seus deveres, teria o nome riscado do Livro da Vida: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Sabe o que isso significa? Separação eterna de Deus. Sim, desempenhar o ministério Cristão de forma relapsa e profana pode levar o obreiro a comprometer a própria salvação, muito cuidado! Finalmente irmãos, a Igreja de Cristo é lugar de vivos. Nosso Deus não é Deus de mortos (Mc 12.27)
REFLEXÃO
O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante do meu pai mediante seus anjos (Ap 3:5)
“Sabe o que isso significa? Separação eterna de Deus”.
FONTES DE PESQUISA
http://projetovidanova.com.br/escolabiblica/licao-as-sete-cartas-do-apocalipse-sardes-a-igreja-morta/
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