Lição 12 - Ciúme, o Cabo da Tormenta
"Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que habita em vós tem ciúmes? Tiago 4.5
Texto Bíblico Básico: Números 5.11-15, 29-31
Entende-se por ciúmes a falta de confiança e a suspeita de infidelidade pelo outro, há quem diga que seja também um sentimento de inferioridade e o medo de perder o parceiro.
O excesso de ciúmes tem gerado muitos desentendimentos, principalmente entre os casais, cada vez mais o índice de divórcio tem crescido, e este é um dos grandes responsáveis por parte das separações existentes.
O ciúme dentro de uma normalidade não é prejudicial, pelo contrário está atrelado ao amor, pois é uma forma de demonstração de preocupação, assim como afirma I Co 13.4, o amor não arde em ciúmes, ou seja, não inflama, não queima, não há ameaças, enfim não ultrapassa os limites.
Um exemplo de ciúmes sadio, é o que o Espírito Santo sente pelo cristão, como afirma no livro de Tiago, capítulo 4 e versículo 5 que diz: “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” O Espírito Santo de Deus tem ciúmes da adoração de Seus filhos, Ele não permite que estes se prostrem diante de nenhum outro deus ou imagem de escultura, é o tipo do ciúme que é conota cuidado e amor.
Portanto para se ter uma boa relação afetiva seja com quem for é preciso tomar alguns cuidados para não exagerar nesse sentimento tão complexo de se lidar, caso exista dificuldade em controlá-lo, nada melhor do que pedir auxilio para Deus, pois Ele dará a melhor solução para qualquer tipo de problema.
É preciso destacar que a natureza humana foi corrompida pelo pecado e que, inevitavelmente, podem surgir distorções cognitivas e afetivas. O ser humano é naturalmente egoísta, e o egoísmo é a base do pecado. A atitude de desconfiar de Deus, de colocar o eu e a vontade própria acima de Deus e de Sua vontade é, na verdade, a essência do pecado. O problema do ser humano é o pecado, e o ciúme, no aspecto negativo, reflete essa realidade.
Esse tipo de ciúme é um sentimento que gera sofrimento em relação a outra pessoa de quem se espera amor exclusivo. É o temor de que ela dedique sua afeição a outra pessoa. Quando esse sentimento é justificado por um motivo real o ciúme serve como um alerta emitido para que o problema seja confrontado em amor, visando o bem e a integridade.
O ciúme de que trata a Bíblia é oriunda do sentimento de propriedade. Propriedade no sentido de ser próprio, ser parte de um todo de forma indivisível. Tal e qual nossos braços ou mãos são nossa propriedade, e jamais poderíamos dispor deles. Jamais poderíamos dá-los ou emprestá-los a outrem. Compreende o que quero dizer? O segundo tipo é oriundo da arrogância ou da insegurança. Da arrogância quando um dos cônjuges trata o outro como uma coisa preciosa, como uma propriedade qualquer cujo egoísmo não deixa ser vista ou tocada por outrem. As pessoas a quem amamos (ou pelo menos pensamos que amamos) não nos pertencem. Muito pelo contrário. Nós é que pertencemos às pessoas que amamos. É curioso a Palavra chamá-lo de “espírito de ciúmes” – Números 5:14. Ora, se a Palavra diz que é um espírito, devemos evitá-lo e também, evitar a ação dele sobre nossas vidas… Fonte: http://estudoscristaos.com/2008/07/o-perigoso-cimes.html
DEUS SENTE CIÚMES?
(1) Analisando a Bíblia vemos que existe sim menção de que Deus tem ciúmes; observe o texto de Ezequiel 8.3: “Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus.”. Nessa ocasião o Espírito mostra ao profeta Ezequiel a idolatria em que o povo de Deus estava vivendo, distantes dos caminhos Dele. E vemos claramente que havia certa imagem, que em especial, provocava esse ciúme em Deus.
(2) Porém, precisamos avaliar corretamente a forma ou o tipo desse “ciúme” que Deus tem. Estamos acostumados com a definição do que é o ciúme humano, que é definido pelo dicionário como “1.Receio ou despeito de certos afetos alheios não serem exclusivamente
para nós. 2. Inveja. 3. Receio.”. Nesse sentido o ciúme humano é algo doentio, que desequilibra mental e espiritualmente o ser humano e, muitas vezes, o leva a atitudes descabidas baseado nesse sentimento egoísta. Esse tipo de ciúme é chamado na Bíblia de obra da carne e não deve estar na vida do crente: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, …” (Gl 5.19-20 )
(3) Já esse ciúme atribuído a Deus em alguns versos da Bíblia, é algo bem diferente do ciúme humano pecaminoso, é algo como o “lado bom do ciúme”. Poderíamos compreender melhor esse significado usando o sinônimo “zelo”. Deus é zeloso pelo Seu povo e também pela Sua própria glória. Um dos dez mandamentos dados por Deus fala sobre isso: “Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20. 5).
(4) De nenhuma forma Deus demonstra nas Escrituras Sagradas um ciúme desequilibrado e que possa ser comparável ao ciúme humano. Ele é o Criador de todas as coisas, o Soberano, por isso, Seu zelo (ciúme) exige que Suas criaturas andem de acordo com Sua vontade. Esse zelo de Deus é uma proteção aos Seus filhos amados, que Ele não deseja que se percam e andem em caminhos contrários à Sua palavra. Não vemos na Bíblia menção de Deus tendo ciúmes por qualquer coisa sem sentido. A menção desse ciúme de Deus sempre está no contexto de quando o povo abandona o Senhor e segue outros deuses, causando justa indignação do Senhor. Deus é claro quanto a isso: “Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” (Is 42. 8). Esse é o ciúme de Deus mencionado na Bíblia.
(5) Vemos também registrado na Bíblia, por exemplo, em Ezequiel 16.42 o ciúme de Deus como sinônimo da aplicação da sua ira contra os pecadores contumazes: “Desse modo, satisfarei em ti o meu furor, os meus ciúmes se apartarão de ti, aquietar-me-ei e jamais me indignarei”.
(6) Assim, fica claro que não existe qualquer relação entre o ciúme atribuído a Deus, totalmente legítimo, e o ciúme que vemos presente no ser humano, descontrolado, que a Bíblia chama de obra da carne.
COMO LIDAR COM O CIÚME
Pela maneira como o amor é descrito em I Coríntios 13, percebe-se que aquele que ama está preocupado com o outro, e não apenas consigo mesmo. O amor é um sentimento maduro que traz segurança e equilíbrio para a família; já o ciúme é uma paixão doentia que sufoca o amor e pode ser, muitas vezes, um ódio disfarçado. O ciúme é falta de confiança no outro e em si mesmo.
Em I João 4.18 lemos: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo”.Esta afirmação do apóstolo João poderia muito bem ser parafraseada e lida da seguinte maneira: “No ciúme não existe amor; antes, o doentio ciúme lança fora o amor”.
Não são poucos os casamentos que desmoronam por causa dos ciúmes. Muitos casais que “ardem” em ciúmes pensam que esse sentimento é resultado de amor ao cônjuge, mas, na verdade, é amor a si mesmo, egoísta e possessivo, que não deixa o outro respirar livremente.
Descrevendo a força do amor, o escritor de Cantares declara: “…porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme…” (Ct 8.6).
Por outro lado , no entanto, a falta de amor leva ao descuido e ao abandono do outro. -“Você pode fazer o que quiser que eu não estou nem aí!” Esta frase tem sido comum em muitos casamentos. São casais que não se importam e nem se preocupam com aquilo que o outro faz ou deixa de fazer. Isso é falta de amor.
Esse sentimento (ciúme) equilibrado, sério, pode evitar muitas dificuldades e ajudar o casal e o lar a cultivarem o verdadeiro amor.
Se o ciúme exagerado é um sentimento que desestrutura a família e elimina o amor, é preciso corrigi-lo e vencê-lo. Este tipo de ciúme é uma doença que se vai alastrando e pode tornar-se incontrolável. O que fazer, então, para corrigir este sentimento? O que segue abaixo são apenas princípios, e não regras, que podem ajudar na solução do problema.
• Verifique se o ciúme têm fundamento. Muitas cenas de ciúme não têm qualquer fundamento. Resultam de uma mente negativa e que apenas enxerga o que é mau. Se houver fundamento, estude um modo cristão, através do diálogo, para resolver o problema. Não é com cenas de violência física e verbal que se chega a um entendimento.
• Vença o complexo de inferioridade. Muitas vezes o ciúme é gerado por causa desse complexo. A pessoa se sente tão inferior que perde a confiança em si mesma. Seja você mesmo e acredite no seu potencial.
• Desenvolva um sentimento de confiança no outro. Muitas vezes nos acostumamos a desconfiar dos outros e todo gesto ou atitude é motivo para enciumar-se.
• Compreenda o temperamento do outro. Os temperamentos são diferentes e nunca conseguiremos que os outros sejam iguais a nós. É preciso compreender que dentro de casa os membros da família têm temperamentos diferentes.
• Seja altruísta. Isto é, pense mais em dar do que receber. Não se deixe dominar pelo egoísmo.
• Saiba distinguir o ciúme natural do ciúme doentio. É preciso perceber até onde o ciúme está sendo construtivo ou destrutivo. Muitas vezes ele extrapola os limites da tolerância.
• Peça ajuda a Deus. Coloque diante de Deus o seu problema. Muitas vezes o ciúme é gerado por causas desconhecidas e traumáticas. Deus irá ajudá-lo a superar esse ciúme destrutivo. “Deus é amor… o amor lança fora o medo” (I Jo 4.7-21).
FONTES DE PESQUISA
https://www.esbocandoideias.com/2014/07/deus-tem-ciumes-de-mim-deus-sente-ciumes.html
https://pastorjosiasmoura.com/2010/07/01/estudo-biblico-para-o-culto-de-doutrina-tema-ciumes-na-familia/
Muito bom, obrigado!
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