Lição 08- A Dependência Química
"Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" João 8.31,32
Texto Bíblico Básico: Salmo 103.6,8-14; Judas 20-23
CONCEITOS IMPORTANTES RELACIONADOS À DROGADIÇÃO
Causas
A dependência química é uma doença crônica e multifatorial, isso significa que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de uso da substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais. Muitos estudos buscam identificar características que predispõe um indivíduo a um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Em relação ao álcool, por exemplo, estima-se que os fatores genéticos expliquem cerca de 50% das vulnerabilidades que levam o indivíduo a fazer uso pesado de álcool - principalmente genes que estariam envolvidos no metabolismo do álcool e/ou na sensibilidade aos efeitos dessa substância, sendo que filhos de alcoolistas possuem quatro vezes mais riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se forem criados por indivíduos não-alcoolistas. Além disso, fatores individuais e aspectos do beber fazem com que mulheres, jovens e idosos sejam mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o que o colocam em maior risco de desenvolvimento de problemas.
A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
Fatores de risco
Determinadas características ou situações podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento e/ou agravamento de problemas com o álcool e outras drogas. Essas situações são conhecidas como fatores de risco e proteção.
No entanto, os fatores de risco não são necessariamente iguais a todos os indivíduos e podem variar conforme a personalidade, a fase do desenvolvimento e o ambiente em que estão inseridos. Entre eles, pode-se destacar:
- Fatores de risco: genética, transtornos psiquiátricos (ex: transtornos de conduta), falta de monitoramento dos pais, disponibilidade do álcool
- Fatores protetores: religião, controle da impulsividade, supervisão dos pais, bom desempenho acadêmico, políticas sobre drogas.
Sintomas de Dependência química
Alguns dos sintomas da dependência química são:
- Desejo incontrolável de usar a substância
- Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado)
- Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância)
Sintomas de abstinência:
- Sudorese
- Tremores
- Ansiedade - quando a pessoa está sob efeito da droga
Infelizmente os casos de dependência química vêm crescendo velozmente, constituindo hoje uma das enfermidades psíquicas mais constantes. Apenas a ingestão de cocaína decresceu na última década, mas ao mesmo tempo o número de dependentes do crack tornou-se mais amplo, pois esta droga chega mais rapidamente e de forma mais impactante ao Sistema Nervoso Central. As consequências são também mais drásticas e a dependência mais séria e difícil de sanar.
Tratamento de Dependência química
O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso.
A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticada, a dependência química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.
Convivendo/ Prognóstico
A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam multidisciplinares para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e funcionamento social.
Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de mudanças em seu estilo de vida. Por exemplo, evitar locais e situações que sejam associados ao uso, (re)aprender “fontes de prazer” que não as que estejam relacionadas ao consumo – geralmente, pessoas com problemas com drogas afastam-se todas as formas de lazer, hobbies, relacionamentos, etc, e retomar a uma vida “careta” pode ser uma das tarefas mais difíceis no processo de recuperação.
Me chamo Rogério Fischer. Sou o mais velho de três irmãos. Venho de uma família bem estruturada e de formação católica. Minha experiência com drogas começou aos 13 anos, por mera curiosidade e por influência de amigos do bairro em que moro até hoje, com cola de sapateiro. Aos 14, já fumava baseado, e aos 22 já estava completamente afundado no crack e no álcool. Creio que Deus me guardou de usar drogas injetáveis; ao ver meus amigos uma vez compartilhando a mesma seringa, fiquei enojado, e nunca usei. Dei muito trabalho pra minha família, que nunca desistiu de mim. Tive pais presentes, que fizeram o que estava ao alcance deles pra me tirar dessa vida. Só agora entendo que Deus tinha um plano na minha vida, pois tantos foram os livramentos de prisão e morte, que eu precisaria de horas e horas pra contar tudo; como uma certa vez em que, voltando de uma balada, de madrugada, com um amigo e com os bolsos cheios de entorpecente (o suficiente pra sermos presos por tráfico), a polícia nos enquadrou. Ao ver meu amigo apanhando, corri. O policial não pensou duas vezes: atirou pelas minhas costas. A bala não saiu. Ficou presa no cano. Uma outra vez, havia bebido, e voltando pra casa (com o carro do meu pai), ao atravessar a linha do trem na altura da praça Angelo Guerra, no Belas Artes, o trem, que estava passando, me acertou. O carro perdeu-se totalmente, e eu levei apenas uns pontos na testa (exatos três meses depois, no mesmo lugar o mesmo trem acertou um ônibus, matando sete pessoas, uma tragédia que ficou marcada na memória dos moradores mais antigos de Itanhaém). Foram muitos outros livramentos. Conheci Jesus através de um amigo, Pr. Carlos Lorena, que tocava rock comigo no mundo. Ele se converteu, e me chamou um dia para "fazer um som" na igreja depois do culto. Gostei e fiquei, nunca mais saí da casa do Senhor. Minha mãe se converteu logo depois e permanece firme até hoje também. Deixei a faculdade de Engenharia pela metade, e fui fazer Teologia, onde eu conheci minha esposa, Daniele Fischer, autora deste blog. Deus me libertou, me deu dois filhos, e uma vida digna e feliz, e tem me sustentado até aqui. Louvo a Deus que antes de recolher meu pai, aos 60 anos, permitiu que ele me visse restaurado, liberto, pai de família e vivendo dignamente, conforme ele me sempre me ensinou. Fui consagrado á presbítero recentemente e junto com minha esposa coordeno o Departamento de Escola Bíblica Dominical da minha congregação. "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8.32). Para Deus, nada é impossível!
DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO
Esse é um assunto um tanto delicado, pois como todo assunto polêmico obrigatoriamente se manifestam os prós e os contras...há algumas diferenças entre estas duas palavrinhas... A primeira propõe que o usuário de maconha não esteja sujeito a nenhum tipo de processo judicial se for flagrado cultivando, portando ou consumindo a droga. A legalização, por sua vez, abrangeria toda a cadeia – produção, distribuição e comercialização em grande escala – transformando a maconha em um produto como outro qualquer, sujeito a regulamentações, impostos e fiscalização, nesse caso acho preocupante embora não iria mudar muita coisa nesse país, pois se a maconha fosse legalizada a unica coisa que ia mudar é que o Governo iria receber mais impostos, o número de traficantes iria dobrar ou triplicar.
Principais argumentos para proibição
a) Consumidores de substâncias psicoativas podem causar danos e sofrimento a outras pessoas;
b) O uso das drogas provoca aumento nos gastos com a saúde pública;
c) Os usuários de drogas são menos produtivos e têm maior chance de morte prematura;
d) Os usuários de substâncias devem ser protegidos contra eles mesmos, à medida que eles atuam de forma autodestrutiva;
e) O consumo das drogas é “contagioso”, ou seja, indivíduos usuários podem “convencer” outros a experimentá-las.
a) Consumidores de substâncias psicoativas podem causar danos e sofrimento a outras pessoas;
b) O uso das drogas provoca aumento nos gastos com a saúde pública;
c) Os usuários de drogas são menos produtivos e têm maior chance de morte prematura;
d) Os usuários de substâncias devem ser protegidos contra eles mesmos, à medida que eles atuam de forma autodestrutiva;
e) O consumo das drogas é “contagioso”, ou seja, indivíduos usuários podem “convencer” outros a experimentá-las.
Principais argumentos para legalização
Segundo os defensores da legalização, algumas das consequências abaixo seriam possíveis:
a) Reduzir a população penitenciária;
b) Prevenir muitos crimes relacionados ao consumo de substâncias, tais como roubos, furtos e tráfico;
c) Desorganizar um dos principais pilares do crime organizado;
d) Redirecionar os esforços dos policiais no combate ao crime.
A IGREJA E O DROGADICTO
a) Reduzir a população penitenciária;
b) Prevenir muitos crimes relacionados ao consumo de substâncias, tais como roubos, furtos e tráfico;
c) Desorganizar um dos principais pilares do crime organizado;
d) Redirecionar os esforços dos policiais no combate ao crime.
A IGREJA E O DROGADICTO
Há algum tempo na mídia televisiva em horário nobre, era veiculada uma matéria que chocou mais uma vez a sociedade brasileira. “Não tenho como segurar esse menino em casa se não for assim, colocando essas correntes nele...” foram mais ou menos as palavras proferidas por uma senhora de meia idade, de classe baixa, moradora da periferia de uma de nossas grandes cidades. Vale salientar que tal comentário ela fazia referindo-se a seu filho, um jovem saído da adolescência e que conhecera o crack (Narcótico produzido a partir da pasta-base da cocaína, bicarbonato de sódio e outras substâncias) tornando-se dependente dele.
O contexto vivencial daquela senhora, infelizmente é o mesmo de milhares e milhares de brasileiros e por que não dizer de famílias inteiras ao redor do mundo. Digo famílias inteiras porque quando um membro da célula mater da sociedade é atingido pela dependência química, não importando a categoria dessa droga, ou seja: Lícita ou ilícita, toda a família é envolvida e sofre as conseqüências destrutivas desse mal. Quando falamos sobre o crack, a maconha, o êxtase, a cocaína, o álcool ou quaisquer tipos de psicotrópicos, precisamos entender que lidamos com uma crise sem precedentes e de conseqüências desastrosas para todas as nações do planeta. Não podemos tratar esse tema como casos isolados, ou cair no grande erro de setorizar o problema determinando sua causa como uma questão de educação, má distribuição de renda ou falta de planejamento estratégico de alguns governos para a prevenção e correção desse mal. Torna-se essencial a percepção de que a dependência química é um tema mundial e atinge todo aquele que a desafia, fazendo uso ainda que por curiosidade de qualquer uma de suas formas dantes descritas. Em meio a essa macro-visão do problema da dependência química, esta inserida como uma luz no fim do túnel a igreja. Como um vibrante defensor e proclamador do Evangelho de Cristo, enxergo naquela que proferimos ser nossa regra de fé e prática, a saber: a Bíblia, a única esperança para a transformação de uma sociedade que perde a cada dia seus filhos, pais e mães para as drogas. Essa convicção esta baseada no texto do evangelho de João que nos diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (Jo 8:36).Creio que é fator indispensável ao homem que luta contra a dependência química, reconhecer que precisa de ajuda nessa batalha e que Deus em sua infinita misericórdia, não só dará o suporte espiritual a tal homem que lhe suplica como também, levantará outros que se colocarão a serviço da restauração física, mental, emocional e social deste.
Para que as atividades acima descritas possam desenvolver-se de forma eficaz, a igreja pode e deve capacitar-se com recursos inerentes aqueles que anseiam servir com qualidade nessa área (cursos, profissionais qualificados, voluntários etc.). Deve também, buscar parcerias que viabilizem cada uma delas (Governo, prefeituras, secretarias de saúde) trazendo à sociedade como um todo a assumir a responsabilidade de estender a mão e ajudar a retirar seus pares das garras desse monstro devorador de vidas. Creio na igreja de Jesus como peça fundamental no projeto de resgate das vidas hoje laçadas pelas drogas. Creio em uma sociedade e um estado que precisa ser sacudido e mobilizado para fazer parte desse projeto. Precisamos dizer não às drogas, mas precisamos acima de tudo dizer sim a Jesus!
Os pais devem estar presentes na educação de seus filhos. Conhecer seus amigos, seus destinos, manter o diálogo aberto, não agir com violência quando “descobrem” que seu filho está consumindo algum tipo de droga. Não devem oferecer bebidas alcoólicas aos seus filhos menores de idade, de forma a não incentivar esse uso precoce. No entanto, como um pai pode querer que seu filho não beba precocemente se, contrariando as leis do nosso país, dirige embriagado e “ensina” como burlar a repressão policial? A educação, em casa e na escola, é a base para o estabelecimento da capacidade de discernir entre certo e errado na mente de um indivíduo e, sem dúvida, vai influenciar na relação que o indivíduo estabelece com o uso de drogas.
FONTES DE PESQUISA
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/dependencia-quimica
http://opastoreiodoartista.blogspot.com.br/2010/06/o-problema-da-dependencia-quimica-e-o.html
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