Galera de Cristo 11 - O Sacrifício de Cristo no Calvário
"Acaso não haverei de beber o cálice que meu Pai me deu?" João 18.11b
PAPO SÉRIO
O SACRIFÍCIO DE CRISTO
Chama-se de sacrifício a morte de Jesus. É preciso ficar bem claro que o Filho de Deus não morreu porque o Sinédrio (o tribunal religioso dos judeus) e o governador romano (Pôncio Pilatos) o condenaram à morte. A morte de Jesus não foi um acidente de percurso, nem um mero assassinato, nem um final trágico, nem uma derrota vergonhosa. A morte de Jesus não está envolta em mistério, não é algo inexplicável à vista de seu poder e de seus recursos. Os quatro Evangelhos deixam bem claro que Jesus era “imprendível” e “imatável”, isto é, ninguém tinha o direito nem o poder de lhe pôr as mãos nem de lhe tirar a vida. Jesus mesmo declarou isso enfaticamente: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer”. (Jo 10.18, NTLH.) A morte de Jesus foi voluntária, premeditada e anunciada. Embora molhada em sangue, suor e lágrimas, embora árdua e sofrida, embora extremamente dolorosa e humilhante — a morte de Jesus foi a mais cara e mais espetacular vitória de que se tem notícia. Ela tornou viável o perdão de pecados e possível a salvação de todos os que crêem.
Jesus não morreu simplesmente porque estava escrito que Ele morreria. De fato, o seu sofrimento começou a ser anunciado desde o Éden, quando Deus prenunciou: “Porei inimizade entre você [a serpente] e a mulher, entre a sua descendência e a descendência dela; este [Jesus Cristo] lhe ferirá a cabeça, e você [a serpente] lhe ferirá o calcanhar” Gn 3.15, NVI). As passagens que mais abertamente falam sobre o sofrimento e a morte de Jesus estão nos Salmos e nas profecias de Isaías. A primeira menciona até mesmo detalhes, como a distribuição das vestes de Jesus e o sorteio de sua túnica entre os soldados (Sl 22.18; cf. Jo 19.23, 24). A segunda narra com incrível profundidade o aspecto salvífico da morte de Jesus: “Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades” (Is 53.5, NVI). A morte vicária de Jesus era constantemente anunciada por meio dos rituais e das cerimônias religiosas dos judeus. Todavia, Ele não morreu para cumprir as profecias. Jesus morreu porque “é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados” (Hb 10.4).
Várias tentativas de prisão e morte foram feitas contra Jesus, porém todas foram frustradas. A primeira foi quando o rei Herodes mandou matar todas as crianças do sexo masculino de dois anos para baixo de Belém e seus arredores (Mt 2.16). Quando do cumprimento dessa ordem, o menino Jesus já estava em toda a segurança no Egito. A última foi quando os judeus “apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do templo” (Jo 8.58). Entre esta e aquela, está a tentativa do pessoal da sinagoga de Nazaré, quando “o levaram até o topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo”, mas Jesus, não se sabe como, passou “por entre eles e retirou-se” (Lc 4.28, 29).
À vista desse constante e repetido fracasso da parte dos opositores, só se pode entender a prisão e a morte de Jesus ocorridas no ano 30 d.C., durante a comemoração da Páscoa dos judeus em Jerusalém, à luz do que Ele mesmo explicou: “Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade” (Jo 10.18). Quando Jesus fez essa declaração, Ele explicou também: “Eu sou o bom pastor” e “o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Naquela sexta-feira, o “imprendível” e “imatável” deixou-se prender e matar.
O evangelista João registra que, poucos dias antes da sexta-feira da paixão, Jesus exclamou: “Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é que vou dizer? Será que vou dizer: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois fora para passar por esta hora que eu vim”. (Jo 12.27, NTLH.) No Jardim do Getsêmani, na noite de quinta para sexta, quando foi agarrado pelos guardas do templo, Jesus reafirmou essa mesma privação voluntária de livramento. Ele perguntou a Pedro: “Você não sabe que, se eu pedisse ajuda ao meu Pai, Ele me mandaria agora mesmo doze exércitos de anjos?” (Mt 26.53, NTLH). Além de não haver solicitado a intervenção divina, Jesus não usou de seu poder pessoal para escapar da prisão e da morte, como acontecera antes. O Senhor fazia inteira questão de deixar bem claro que sua morte era voluntária. Quando o governador Pôncio Pilatos, presunçosamente, disse-lhe que tinha autoridade tanto para libertá-lo como para crucificá-lo, Jesus o corrigiu de modo corajoso: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima” (Jo 19.11, NVI).
Jesus só foi preso e crucificado porque “o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós” (Is 53.6). Daí a explicação de Paulo: “Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com Ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus.” (2 Co 5.21, NTLH.) Daí a explicação de Pedro: “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados” (1 Pe 2.24, NVI). Daí também a explicação de João: “O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7).
No momento exato em que Jesus entregou o espírito, por volta das 3 horas da tarde daquela sexta-feira, “o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo” (Mt 27.51). Essa cortina espessa e tricolor que separava o santuário do lugar santíssimo, também chamado Santo dos Santos, simbolizava a impossibilidade de o homem, absolutamente pecador, se aproximar de Deus, absolutamente santo. A morte de Jesus foi o sacrifício que abriu o caminho até Deus. Desde então, “temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos [na presença de Deus] por um novo e vivo caminho que Ele nos abriu por meio de véu, isto é, de seu corpo” (Hb 10.19, 20, NVI)!
LEIA NOSSA POSTAGEM SOBRE O JULGAMENTO, A MORTE E A CRUZ DE CRISTO!
http://ebdbelasartes.blogspot.com.br/2015/10/licao-05-cruz.html
FONTE DE PESQUISA
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/271/o-sacrificio-de-jesus
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