Lição 05 - Livro dos Salmos Parte II (42-72)
"Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra" (Hebreus 11.13).
Texto Bíblico Básico: Salmo 42.1,3-11
O CRISTÃO E A ADVERSIDADE
O dia da Angústia. O livro de Salmos mostra de uma forma bem humana, os problemas de seus autores e do povo de Deus. Às vezes estão animados, outras vezes deprimidos, outras vezes cantando e outras vezes chorando. Na lei e nos profetas Deus está falando conosco, no livro de Salmos nós falamos a Deus. No salmo 42 percebemos que o salmista está infeliz, confuso, perturbado emocionalmente, por isso, diz a si mesmo: “Por que estás abatida ó minha alma, e porque te perturbas em mim?”. Esta declaração aparece duas vezes, versículos 5 e 11, e também no salmo seguinte, o 43, o que leva alguns a dizerem que os dois formam um único salmo. Este detalhe não é o mais importante para nós, e sim, sabermos como o salmista entrou neste estado de alma e os passos que tomou para sair dele. É muito importante tratar disso, porque muitos cristãos vivem uma boa parte de suas vidas neste mundo em tal situação. Não significa que não são cristãos, e sim, que estão perdendo muito na vida espiritual. Deus realiza sua obra através do seu povo, portanto, precisamos aprender com o salmista a sermos libertos desta situação e condição de inquietação, desconforto e perturbação, para que as pessoas que nos observam não tenham a impressão de que ser crente significa ser infeliz, triste, abatido e sem vida. A Bíblia revela que Jesus nos trouxe vida com qualidade e quantidade. Ela é eterna e ao mesmo tempo abundante para o presente (João 10:10).
As Circunstâncias Históricas do Salmo 42. Ocorreu durante a revolta de Absalão. A composição musical ficou a cargo dos filhos de Coré (II Cr 20:19). Este salmo retrata bem o estado de espírito de Davi. Pelos versículos 6 e 7 ficamos sabendo que ele estava ao norte da Palestina, perto da nascente do rio Jordão. O Jordão transbordava devido à neve que estava derretendo. Isto transformava o Jordão em um rio inquieto e de correnteza forte. Assim era o estado de sua alma. Ele sente como se as águas estivessem passando por cima dele, moendo-o, ferindo-o mais ainda (versículo 7). Veja isto também no Salmo 124:4-5.
Lendo um salmo como este se torna fácil entender porque Davi foi chamado de homem segundo o coração de Deus. Percebem os anelos do coração de Davi? Ele queria Deus, ele anelava e gritava por Deus, ele não via a hora em que estaria diante do Seu Rei! Além disso, Davi se preocupava com a glória de Deus, acima de tudo! Qual é o motivo de suas lágrimas, do derramar de sua alma, da ferida mortal em seus ossos? "todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus?"! Ver o nome de Deus sendo profanado e desonrado era a pior tragédia para Davi, ao passo que ver Deus sendo louvado e adorado era o seu maior contentamento. A sua preocupação era com a glória de Deus, ele vivia com essa perspectiva. Davi entendia a dignidade e o valor infinito de Deus; ele O conhecia muito bem, participava de Sua intimidade, tinha tido visões de Seu caráter perfeito. Davi era um homem apaixonado por Deus, e estava tão seduzido, encantado e admirado por Deus que não podia ter outros sentimentos que não fossem desejá-Lo mais e mais e buscar a Sua glória.
Assim como a água é essencial à vida física, assim também Deus e sua presença são essenciais à satisfação e à normalidade da vida. O verdadeiro crente terá fome e sede de Deus e da sua graça, bênção e operação sobrenatural na sua vida. (1) sem sede, a pessoa morre espiritualmente. Não devemos permitir que coisa alguma faça diminuir nosso anelo pelas coisas de Deus. Acautele-se dos cuidados desse mundo, da busca pelas coisas terrenas e dos prazeres que tiram a fome e sede de Deus e o desejo de buscar a sua face em oração. (2) devemos orar para que aumente nosso anseio pela presença de Deus, que nosso desejo pela plena manifestação do Espírito Santo cresça, e que se aprofunde a nossa paixão pela plenitude do reino de Deus e a sua justiça, até clamarmos por ele de dia e de noite, com sede sincera, assim como cervo "brama pelas correntes das águas" em tempos de seca. Aqueles que tem sede de Deus e anseia por uma manifestação maior da sua presença pode vir a experimentar certa demora. Mesmo assim, o crente fiel continuará tendo sede de Deus e buscando a sua presença. O Senhor tem prometido que abençoará aqueles que tem fome e sede de justiça, os quais não se contentam com menos do que a plenitude e a bênção divina. Em meio ao silêncio de Deus, devemos persistir em conhecê-lo e experimentar uma manifestação maior do Espírito Santo. Não devemos desanimar, mas sim, por nossa esperança em Deus e confiar no seu imutável amor.
O silêncio de Deus (Sl 44.9). O salmista crê que o povo de Deus está sofrendo e sob derrota porque Deus o abandonou. Contudo, está perplexo porque não vê pecados que motivem semelhante rejeição, pois permanecem fiéis a Deus e ao seu concerto. Tal situação exemplifica a experiência dos filhos de Deus que, mesmo retos e inculpáveis como Jó, não deixam de passar por grandes adversidades, por períodos difíceis de provação e momentos em que a presença de Deus parece ter-se retirado. A resposta vem no verso 22.
O GRITO DO ÍMPIO
A perseguição por causa da justiça (Sl 55.6). Quando oprimidos pelos maus, ou por inimigos espirituais, ou quando as preocupações da vida nos causam medo ou angústia, ou ansiedade opressiva (vv 2-5), nós, muitas vezes gostaríamos de fugir desses males daqui e, assim obter descanso e alívio. Na maioria dos casos, porém, não nos é possível fugir de tais situações. A verdadeira solução está somente no refúgio em Deus. podemos fazer então como fazia o salmista - invocar a Deus de tarde, de manhã e ao meio dia (vv 16-18), e lançar nosso fardo sobre o Senhor, confiando nele para nos suster.
A vida cristã e a perseguição (Sl 44.22). O Espírito Santo revela que o sofrimento vem ao povo de Deus por causa da sua fidelidade a Ele num mundo hostil. O apóstolo Paulo cita este versículo em Romanos 8.36, para nos ensinar que todos os que se identificam com Cristo e que não se conformam com o mundo ímpio, enfrentarão aflições, perseguição e outros sofrimentos. Ao mesmo tempo, o povo de Deus tem como certa a vitória em Jesus Cristo, sabendo que sofrimento algum pode separá-lo amor de Deus.
"Invoca-me no dia da angústia" (Sl 50.15). O Senhor chama todos os fiéis para que sempre o busquem em tempos de necessidade e lutas. Deus deseja atender nossas orações, ajudar-nos, e ter seu nome conhecido como Deus que livra o seu povo. Bíblia de Estudo Pentecostal, nota.
O PECADO E ARREPENDIMENTO NA VIDA CRISTÃ
Por não ter vigiado, Davi caiu em pecado de adultério. Como um abismo chama outro abismo, ele ainda foi levado a mentir, enganar e a cometer homicídio. Mas como tivesse humildade para reconhecer o seu erro diante de Deus, foi perdoado. Mas até o fim de sua vida sofreria os efeitos daqueles momentos de prazer pecaminoso. Repreendido por Natã devido ao gravíssimo pecado, Davi não se fez de inocente. De imediato, confessou: "Pequei contra o Senhor" (II Sm 12.13a). (1) A súplica. No Salmo 51, Davi começa por suplicar a Deus por misericórdia. Ele não procura desculpa alguma para justificar seu ato. Antes, roga ao Senhor que lhe apague as transgressões, segundo a benignidade e a misericórdia divinas. Ele ainda implora que o Senhor lhe lave da terrível iniquidade e o purifique do horrendo pecado (v.2). (2) Confissão. (v.3-4). Amargurado, Davi confessa reconhecer as suas transgressões, pois o seu pecado está continuamente diante de si. Ele reconhece e confessa: "Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que aos teus olhos é mau" (v.4a). O que concluímos dessa passagem? Quando alguém peca, peca contra Deus, E Deus jamais terá o culpado por inocente (Na 1.3). (3) Clamor pela restauração. Davi não conhecia o poder purificador do sangue de Jesus, mas sabia que, quando alguém era considerado imundo por ter tocado em um cadáver (Nm 19.6), ou em um leproso (Lv 14.4), precisava, de acordo com a Lei, passar pela cerimônia de purificação, na qual o sacerdote tomava um molho de hissopo, molhava -o na água da separação, e as espargia sobre o transgressor. Assim, Davi considerava-se tão imundo, que precisava passar por esse processo. Hoje, na nova aliança, "o sangue da aspersão" (Hb 12.24), ou seja: o sangue de Cristo, purifica as nossas consciências das obras mortas (Hb 9.14) e de todo o pecado (I Jo 1.7).
Porque os Salmos são poesia, eles usam a chamada licença poética. Trata -se de uma maneira figurada de expressar o sentimento do poeta. Quando Davi disse: "em pecado me concebeu a minha mãe" Sl 51.5), ele não tencionava que essa frase fosse vista como uma declaração formal da doutrina do pecado original, da imoralidade, das relações sexuais ou algo assim. Ele só estava fazendo uma confissão como pecador, pecador desde sempre. A mesma licença poética dos salmos vai chamar Deus de Escudo, Sol, Pastor, Rocha; vai dizer que os montes saltam como carneiro e os rios (ou povos) devem bater palmas. E pode ter certeza:o salmista não pensou nem um instante sobre a questão moderna de bater palmas durante cânticos ou não. Foi outra intenção dele ao usar essa linguagem. Para conhecer o sentido verdadeiro será preciso acompanhar o pensamento desde o começo e respeitar a linguagem figurada. O motivo e intenção do poeta tem de ser pesquisados.
"O meu coração está dorido dentro de mim" (Sl 55;4). Talvez Davi tenha escrito esse Salmo logo após ter sido traído por seu filho Absalão, que deste modo tentou usurpar seu trono. A rebelião de Absalão foi uma das muitas terríveis consequências do pecado de Davi com Bate-Seba que ele teve que suportar. Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal, Salmo 55.4, nota.
http://www.sermao.com.br/sermoes/Quando_nossa_alma_se_abate/
http://teologia-vida.blogspot.com.br/2009/01/meditao-sobre-o-salmo-42.html
Bíblia de Estudo Pentecostal - ed. CPAD, Salmo 42, nota.
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