Lição 11 - O Estado Intermediário da Alma
"Ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus (...) Agora vemos por espelho em enigma; mas então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como sou conhecido - I Coríntios 2.11b; 13.12
Texto Bíblico Básico: Lucas 23.33-43
O QUE É A MORTE?
1. Conceito. Não é tarefa fácil definir a morte.
Como fenômeno natural, ela é discutida na ciência, na religião, e faz parte de
debates cotidianos, pois atinge a todos (Sl 89.48; Ec 8.8). Anteriormente
definida como parada cardíaca e respiratória, o consenso médico atual a define
como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco irreversível do corpo humano. No
entanto, a definição mais popular do fenômeno é a "interrupção da
atividade elétrica no cérebro como um todo".
2. O que as
Escrituras dizem? "O salário do
pecado é a morte" (Rm 6.23). Deus não criou o homem e a mulher para
morrer. O Senhor não planejou tal realidade para o ser humano. Mas, conforme
descrito em Romanos 6.23, a morte é consequência da queda (Gn 3.1-24). O pecado
roubou, em parte, a vida eterna da humanidade. Assim, a Bíblia demonstra que a
morte é consequência inevitável do pecado, e realça esse fato como separação
entre "alma" e "corpo" (Gn 35.18).
3. É a separação da
alma do corpo. A base bíblica para
esse entendimento está em Gênsis 35.18, quando da morte de Raquel: "E
aconteceu que, saindo-lhe a alma (porque morreu)". Tiago corrobora
esse pensamento quando ensina: "Porque, assim como o corpo sem espírito
[alma] está morto, assim também a fé sem as obras é morta" (2.26).
teologicamente e, segundo as Escrituras, podemos afirmar que a separação da
"alma" do "corpo" estabelece fenômeno natural e também
espiritual que denominamos "morte". Mas o que acontece com a alma
após a separação do corpo? Há vida após a morte?
MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
1. Esperança, apesar do Luto. É natural que a experiência da separação de um ente querido traga dor, angústia, tristeza e saudade. O luto chega de forma inesperada na vida de qualquer pessoa. Mas a promessa de Jesus ainda sobrepõe-se a qualquer vicissitude existencial: "Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (Jo 11.25).
2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. O Pai entregou seu Filho em favor da humanidade, e assim o fez simplesmente por amor (Jo 3.16). Esse ato amoroso proporcionou a possibilidade de escaparmos do juízo divino pelo sangue precioso derramado por Cristo Jesus. Isso leva-nos a refletir que sem a morte de Jesus não haveria ressurreição. Logo, não haveria pregação do Evangelho nem salvação. O apóstolo Paulo tinha convicção de que a cruz de Cristo é o âmago do Evangelho (I Co 1.17), do novo nascimento e da vida eterna. Hoje só amamos o Senhor porque ele nos amou primeiro (I Jo 4.19). Por isso, pela sua morte, e morte de cruz temos. nEle, a vida eterna.
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. O fenômeno da morte é parta o crente a prova da fé vigorosa revelada por sua vida terrena. Essa fé manifesta-se numa consciência de vitória apesar de a morte mostrar-se como aparente derrota. O apóstolo Pedro lembra dessa fé quando exorta-nos: "alegrai-vos nos fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (I Pe 4.13). Para o crente, a morte não é o fim, mas o início de uma extraordinária e plena vida com Cristo. É a certeza de que o seu aguilhão foi retirado de uma vez por todas, selando o passaporte oficial para a vida eterna em Jesus (I Co 15.55; Os 13.14). Um dia nosso corpo será plenamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; I Ts 4.16,17).
O ESTADO INTERMEDIÁRIO DA ALMA
"Morrendo o homem, porventura tornará a viver?" (Jó 14.14a). Essa é uma pergunta de interesse para todos os seres humanos. Indagações como: "Há vida após a morte?", "Existe consciência noutra vida?" são questões existenciais não muito resolvidas até mesmo para alguns teólogos. Entretanto, as Escrituras têm as respostas a essas perguntas.
Definição. O estado intermediário é o período que transcorre entre a
morte e a ressurreição. As escrituras deixam evidente que os mortos permanecem
conscientes, tanto os justos, quanto os ímpios. Para o crente, a ressurreição
ocorrerá na vinda de Cristo; para o descrente ela só ocorrerá depois do
milênio, no juízo final. No estado intermediário a alma não possui corpo,
embora este estado seja de regozijo consciente dos justos e de sofrimento
consciente dos ímpios.
Há muitas
interrogações com respeito ao estado intermediário. Entretanto, o raciocínio, a
fé e as Escrituras nos levam a crer na ressurreição e na sobrevivência da alma
depois da morte. Mas o campo da especulação e da investigação é uma porta
aberta para várias interpretações sobre esse assunto. Vamos citar
resumidamente o entendimento de algumas religiões, seitas e filosofias, sobre o
que acontece após a morte:
1 -
MATERIALISMO: O ser humano cessa de existir, uma vez que a substancia
material é fundamental e também perecível. Essa é a doutrina do “aniquilamento
do ser”.
2 - PANTEÍSMO: A alma volta ao
grande “todo” de onde procedeu, perdendo a sua individualidade.
3 - ADVENTISTAS DO
SÉTIMO DIA: A alma dorme logo após a morte. Neste caso ela fica inconsciente,
num mundo silencioso, onde não há conhecimento e atividade alguma.
4 - TESTEMUNHAS DE
JEOVÁ: A
teologia jeovista apregoa que a alma humana é o homem vivente e deixa de
existir com a morte carnal. O espírito despersonalizado volta para Deus, o
corpo vai para o pó e a consciência se esvai. Ou seja, ninguém continua vivo em
outro plano espiritual e a única esperança é apenas para os justos, que gozarão
a ressurreição.
5 - IGREJA CATÓLICA
APOSTÓLICA ROMANA: A alma após a morte vai para um lugar intermediário, onde
aguarda o perdão de Deus, em virtude da intercessão dos parentes e amigos
vivos. Este lugar intermediário tem algumas designações:
a) Purgatório:
“Lugar onde almas detidas recebem alívio com os votos e orações dos fiéis”.
b) Limbus
Patrum: Lugar para onde vão as almas dos santos do Antigo Testamento.
c) Limbus
Infantum: Lugar para onde vão as almas das crianças que não receberam
o batismo da Igreja Católica Romana, isto é, os pagãos.
O ENSINO BÍBLICO
SOBRE A VIDA DEPOIS DA MORTE DOS ÍMPIOS
Antigo
Testamento. No Antigo Testamento, o lugar da vida após a morte para os
ímpios, é na grande maioria das vezes, chamado de Sheol, traduzido em
algumas Bíblias por “inferno” ou “sepultura”. Também é identificado pela
palavra “abaddon”, o lugar de destruição ou perdição.
Algumas seitas, como
as Testemunhas de Jeová, os Adventistas do Sétimo Dia e os espíritas
Kardecistas, bem como alguns autores cristãos, defendem a idéia de que a
palavra Sheol significa “sepultura”.
Novo
Testamento. Quando os escritores do Novo Testamento fizeram alusão a
algum texto do Antigo Testamento que especificamente fale de Sheol, traduzem
para a palavra grega Hades. Isto começou com a versão
Septuaginta, onde a palavra hebraica Sheol, foi traduzida para o
grego Hades. O termo em hebraico para o estado final de perdição
ou “lago de fogo” era gehenna, adequadamente traduzida como
“inferno” (Mc 9.43).
Já que os injustos não vão para a perdição final até o julgamento do grande trono branco (Ap 20.11-15), quando serão lançados no lago de fogo, a palavra inferno não deveria ser usada para descrever o estado intermediário dos pecadores mortos. Até onde sabemos ninguém se encontra atualmente no inferno, os perversos estão agora no Hades, aguardando a ressurreição do juízo. O Hades, porém é um lugar de sofrimento, como vemos no relato do rico e Lázaro (Lc16. 23).
Já que os injustos não vão para a perdição final até o julgamento do grande trono branco (Ap 20.11-15), quando serão lançados no lago de fogo, a palavra inferno não deveria ser usada para descrever o estado intermediário dos pecadores mortos. Até onde sabemos ninguém se encontra atualmente no inferno, os perversos estão agora no Hades, aguardando a ressurreição do juízo. O Hades, porém é um lugar de sofrimento, como vemos no relato do rico e Lázaro (Lc16. 23).
DOS JUSTOS
O lugar intermediário dos justos é chamado de “paraíso”. Jesus disse ao ladrão na cruz: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Quando os justos morrem vão imediatamente para a presença de Cristo Jesus. Paulo falou: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor (Fp 1.23). A esperança de ir imediatamente para a presença do Senhor ao morrer é confirmada pelas palavras do apóstolo Paulo aos coríntios: “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (II Co 5.8).
Quando Lázaro morreu,
ele foi imediatamente para o “seio de Abraão”, nome dado pelos judeus
à morada dos mortos fiéis. Lázaro estava consciente e consolado. O homem rico
queria que Abraão enviasse Lázaro para pregar à seus irmãos vivos. Isto deixa
bem claro que ambos estavam com a consciência trabalhando ativamente. Nossa
maior esperança é quando morrermos estarmos eternamente com Jesus, como disse o
apóstolo Paulo em I Ts 5.9-11.
Os escritores
inspirados também escreveram sobre a habitação do justo:
“Para o sábio,
o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está
embaixo”(Provérbios 15.24).
“E quando eu for,
e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que
onde eu estiver estejais vós também” (João 14:3).
“Porque sabemos
que, se a nossa casa terrestre deste Tabernáculo se desfizer, temos de Deus um
edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também
gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu” (2
Coríntios 5.1-2).
“Mas de ambos os
lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto
é ainda muito melhor” (Filipenses 1:23).
ESPERANÇA DA RESSURREIÇÃO
Antigo
Testamento. O patriarca Jó, após muito padecer, expressou-se
confiantemente: "E depois que meu corpo estiver destruído e sem carne,
verei a Deus" (19.26). O salmista expressou-se a esse respeito da seguinte
forma: "Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar,
ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança" (Sl 17.15). Os profetas Daniel
e Isaías expõem a esperança da ressurreição como um encontro irreversível com
Deus (Is 26.19; Dn 12.2). Esses textos realçam a doutrina da esperança na
ressurreição do corpo em glória e denotam, inclusive, a alegria do crente em se
encontrar com o seu Deus após a morte. Logo, podemos afirmar categoricamente
que o Antigo Testamento respalda, inclusive, com riquezas de detalhes, que há
vida consciente após a morte.
Novo Testamento. A base bíblica neotestamentária da existência da vida consciente após a morte e a imortalidade da alma está fundamentada justamente na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele foi quem trouxe luz, vida e imortalidade ao homem que crê. As evidências são abundantes (Mt 10.28; Lc 23.43; Jo 11.25,26; 14.3; II Co 5.1). Essas porções bíblicas ensinam claramente a sobrevivência da alma humana fora do corpo, seja a do crente ou a do não crente, após a morte. Não obstante, a redenção do corpo e a alegre comunhão eterna com Deus são resultados da plena e bem - aventurada ressurreição e transformação do corpo corruptível em incorruptível (I Co 15.1-58; I Ts 4.16; Fp 3.21). Definitivamente, e segundo as Escrituras, o dom da vida para os cristãos não é uma existência finita, mas uma linda história de comunhão com o Deus eterno. Foi Ele quem implantou em nós, através de Jesus Cristo, nosso Senhor, a sua graça salvadora enquanto estivermos em nossa peregrinação terrena.
Portanto o destino da
vida eterna, com Deus ou sem Deus, é decidido em vida, e nessa vida. Não
existe reencarnação ou pagamento de pecados através da intercessão de parentes
vivos. Como diz o escritor aos Hebreus “E, como aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.11). Quem morre hoje
com Cristo vai direto para o paraíso e sem Cristo, para o Hades, lugar
de sofrimento.
A escolha está em
aceitar Jesus como nosso único e suficiente Salvador. Após está aceitação e
caminhada com Cristo sem nos desviarmos de seus mandamentos, chegaremos sem
dúvida a eternidade com Deus.
Precisamos ter a
consciência de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ele se esvai
rapidamente. Todavia, tenhamos em mente que o "viver é Cristo e o morrer é
lucro". Portanto, não se prenda às questões passageiras e efêmeras. Na
peregrinação existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, no final
da sua vida, poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no
final da sua carreira: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei
a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo
juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que
amarem a sua vinda" (II Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança,
porque Ele é a ressurreição e a vida!
FONTE DE PESQUISA
http://www.santovivo.net/gpage176.aspx > acessado em 02/12/2015
Parabéns...
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