Lição 13 - Retorno à Essência do Evangelho


"Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" - I Coríntios 13.3

Texto Bíblico Básico: Apocalipse 2.1-7; Mateus 24.7-12







A IGREJA DE ÉFESO

Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando um lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da bigorna da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisioneiro por amor a Cristo (3.1; 4.16.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas  simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo, chamado Tíquico. É crença geral que Paulo escreveu Efésios também pra outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia. Muitos crêem que Efésios é a mesma carta aos Laodicenses, mencionada por Paulo em Colossenses 4.16.

Éfeso era a cidade mais importante da província romana de Ásia. Foi situada perto do mar Egeu. Duas estradas importantes cruzaram em Éfeso, uma seguindo a costa e a outra continuando para o interior, passando por Laodicéia. Assim, Éfeso teve uma localização importantíssima de contato entre os dois lados do império romano (a Europa e a Ásia). Historiadores geralmente calculam a população da cidade no primeiro século entre 250.000 e 500.000. Éfeso era conhecida, também, como o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana. Sabemos algumas coisas sobre a história da igreja em Éfeso de outros livros do Novo Testamento. No final de sua segunda viagem, Paulo deixou Áqüila e Priscila em Éfeso, onde corrigiram o entendimento incompleto de Apolo sobre o caminho do Senhor (Atos 18:18-26). Na terceira viagem, Paulo voltou para Éfeso, onde pregou a palavra de Deus por três anos (Atos 19:1-41; 20:31). Na volta da mesma viagem, passou em Mileto e encontrou-se com os presbíteros de Éfeso (Atos 20:17-38). Durante os anos na prisão, Paulo escreveu a epístola aos efésios. Também deixou Timóteo em Éfeso para edificar os irmãos (1 Timóteo 1:3). Destas diversas referências aos efésios, podemos observar algumas coisas importantes sobre essa igreja. Desde o início, houve a necessidade de examinar doutrinas e aceitar somente o que Deus havia revelado. Assim, Áqüila e Priscila ajudaram Apolo (Atos 18:26); Paulo advertiu os presbíteros do perigo de falsos mestres entre eles (Atos 20:29-31), e orientou Timóteo a admoestar os irmãos a não ensinarem outra doutrina (1 Timóteo 1:3-7). A carta de Paulo aos efésios destacou a importância do amor (5:2), um tema frisado, também, nesta carta no Apocalipse.


O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícita. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida profundamente digna do Senhor Jesus Cristo. Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção "em Cristo", à igreja, e a cada crente.

RENOVAÇÃO ESPIRITUAL

Paulo começa o capitulo 4 com um apelo para que andemos dignamente no sentido de preservar a unidade do Espírito. No versículo 17 do mesmo capitulo, Paulo apela para que andemos com um comportamento que seja diferente do praticado pelos não crentes. O novo "andar em Cristo" afeta as nossas atitudes, hábitos e linguagem. Que é o homem natural? É o homem não regenerado. O homem natural é todo aquele que se encontra sob a égide da natureza pecaminosa. O versículo 20 começa reprovando as atitudes do homem natural e diz: "vós não aprendestes assim em Cristo". Isto significa que como crentes, temos uma nova ordem de vida. A essência dos ensinos de Cristo também estão nos ensinos de Paulo e dos demais apóstolos, inspirados pelo Espirito Santo. O novo andar é o santo viver como nova criatura em Cristo. É um despojamento total da velha vida, do velho andar. A linguagem é metafórica da expressão "novo homem" , pois fala do novo modus vivendi do crente redimido por Cristo. Esse novo homem agora se manifesta na vida e no caráter cristão. Ele é renovado ação poderosa do Espírito Santo de todo o passado e condenação e ruína. Essa renovação implica em viver uma nova vida (Ef 2.10,15; II Co 5.17).

A igreja de Éfeso corria o risco de perder a sua própria condição de Igreja. Se isso acontecesse, ela passaria a ser um mero grupo social com pretexto religioso, porém destituída de reconhecimento no céu.

RETORNO À ESSÊNCIA

O que a mensagem de Cristo revela concernente à estagnação espiritual, declínio e apostasia? As sete cartas às igrejas da Ásia sugerem que a tendência das igrejas é acomodar-se no erro, aceitar falsos ensinos e adaptar-se aos princípios anticristãos prevalecentes no mundo. Além disso, observa-se frequentemente homens e mulheres apóstatas, vis e infiéis estragam as igrejas. Por isso, o progresso espiritual de uma igreja nunca deve ser evocado como prova de que ela está dentro da vontade de Deus, nem para se afirmar que anda na verdade e na doutrina do Senhor. O evangelho, a mensagem original de Cristo e dos apóstolos, é a autoridade suprema para avaliar o certo e o errado nesse campo.

Como podem as igrejas evitar e decadência espiritual e o consequente julgamento por Cristo? Estas cartas revelam várias maneiras. A primeira e mais importante: todas as igrejas devem estar dispostas a ouvir "o que o Espírito diz  às Igrejas". A Palavra de Jesus Cristo deve ser o guia das igrejas, pois esta palavra, revelada aos apóstolos do Novo Testamento mediante o Espírito Santo, é o padrão segundo o qual as igrejas devem verificar suas crenças e atividades, e renovar sua vida espiritual. As igrejas devem continuamente examinar seu estado espiritual diante de Deus, e se for o caso, corrigir seu erro de tolerância ao mundanismo e imoralidade entre os crentes. A frieza espiritual só poderá ser extinguida em qualquer igreja ou grupo de crentes quando houver arrependimento sincero do pecado e retorno decidido ao primeiro amor, à verdade, à pureza, e poder da revelação bíblica de Jesus Cristo.

Apocalipse 2.4, refere ao primeiro e profundo amor e dedicação que os efésios tinham por Cristo e Sua Palavra. Esta advertência nos ensina que conhecer  a doutrina correta, obedecer a alguns dos mandamentos e ir aos cultos na igreja não bastam. A igreja deve ter, acima de tudo, amor sincero a Jesus Cristo e à Sua Palavra como um todo. O amor sincero a Cristo resulta em devoção sincera a Ele, em pureza de vida e em amor à verdade.

REFLEXÃO: PORQUE O [VERDADEIRO] EVANGELHO INCOMODA TANTO AS PESSOAS?

O evangelho não parece ser algo que as pessoas gostem tanto de ouvir. Você já se sentiu um chato por compartilhar a palavra de Deus com alguém? Já foi “cortado” ou desprezado quando estava falando de Jesus? Já foi excluído por falar a verdade contida na Bíblia? Já teve suas atitudes ridicularizadas por seguir à risca a orientação do evangelho de Jesus? Já teve portas fechadas em sua vida só porque é um crente que segue os ensinos de Jesus Cristo? Essas são situações bem comuns de acontecer. Paulo diz ao jovem pastor Timóteo algo que parece desanimador, mas que mostra na realidade que o evangelho de Jesus Cristo incomoda demais o mundo: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3.12). Por que os que querem viver de acordo com a vontade de Jesus Cristo serão perseguidos? Porque o mundo se incomoda demais com o evangelho sendo pregado e, claro, sendo vivido. Mas nós que vivemos e pregamos o evangelho devemos ter em mente uma verdade: Se o evangelho está incomodando [o evangelho genuíno, é claro, o bíblico] é porque as coisas estão indo bem e não mal. O evangelho foi feito para incomodar e impactar as pessoas e não para passar despercebido. O evangelho não é para “passar a mão na cabeça das pessoas”, para deixá-las da mesma forma que estão. Os relatos bíblicos mostram que onde o evangelho entra as coisas não permanecem as mesmas. Ou ele muda vidas ou provoca reações de rejeição das mais diversas. Em alguns lugares do mundo a pregação do evangelho pode gerar a morte do pregador! Aliás, milhares de pessoas já morreram por causa do evangelho.
Mas porque a mensagem do evangelho incomoda tanto? A mensagem do evangelho incomoda tanto porque ela é diferente das outras mensagens. É uma mensagem exigente, poderosa, mexe com o coração do homem, abala, coloca “a pulga atrás da orelha” do ser humano, é verdadeira, destrói a obra do diabo, transforma vidas, mostra o caminho da salvação, purifica, traz perdão, etc. É a Palavra de Deus que não volta vazia. Não são meras palavras ao vento, mas são palavras agregadas com o poder do Todo-Poderoso. Como algo com todas essas características não incomodaria? Vários pregadores do passado e do presente também incomodaram por pregar o Evangelho. Muitos deles sofreram na pele o impacto da rejeição da mensagem de Jesus Cristo, mas também colheram frutos pelo seu empenho, afinal, em muitas vidas o incomodo que o evangelho provoca redunda em mudanças de vida e conversão, em reconciliação com Deus. Muitos que viveram e vivem o evangelho colhem dificuldades do incomodo provocado pelo evangelho, mas colhem também os frutos saborosos vindos dele. O grande risco que nós cristão corremos é o de desistir de anunciar o evangelho por causa da rejeição e do incomodo visível das pessoas por causa dele. Quanto a isso veja o que aprendemos com Paulo: “Agora eu vou para Jerusalém, obedecendo ao Espírito Santo, sem saber o que vai me acontecer lá. Sei somente que em todas as cidades o Espírito Santo tem me avisado que prisões e sofrimentos estão me esperando. Mas eu não dou valor à minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.” (Atos 20. 22-24) Se o evangelho não incomodar não é o evangelho. Acostume-se com isso e cumpra sua missão assim como o apóstolo Paulo, que não se preocupou com o incomodo que o evangelho iria provocar nas pessoas e na sociedade, antes, se incomodava em não cumprir a vontade de Deus em sua vida e em não impactar positivamente o seu tempo com a grande boa notícia, o evangelho de Jesus Cristo.

FONTES DE PESQUISA
http://www.esbocandoideias.com
http://www.estudosdabiblia.net
Revista Lições Bíblicas "Efésios - A Igreja nas Regiões Celestiais" - 4º Trimestre de 1999
Bíblia de Estudo Pentocostal
IMAGENS ILUSTRATIVAS
Google

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