Lição 07 - O Declínio e a Divisão do Reino Israelita
Texto Áureo: "Pelo que disse o Senhor a Salomão: Visto que houve isso em ti, que não guardaste o meu concerto e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino e o darei a teu servo" - I Rs 11.11
Texto Bíblico Básico: I Reis 11.1-10
ABRINDO O LIVRO
Autor: Anônimo, embora alguns acreditem que seja Jeremias
Esfera de Ação: 970 a 874 a.C.
Local: Os acontecimentos passaram-se na terra de Judá e Israel
Porque foi escrito: O autor deste livro quis contar como o reino de Israel foi dividido e também registrar as histórias dos reis de Israel e Judá e de Israel. Assim os judeus exilados na Babilônia poderiam conhecer a história do seu povo. Além disso, quem lê o livro percebe logo, pela vida dos reis, que quem é fiel a Deus é bem sucedido, mas quem lhe desobedece sempre fracassa.
SALOMÃO TORNA-SE REI
De acordo com os registros bíblicos, Salomão era o décimo filho de Davi e o segundo de Bate-Seba com o rei, pois o primeiro morreu, como castigo pelo pecado de adultério e homicídio de Urias, marido dela (II Sm 11). A história de como os filhos mais velhos de Davi morreram antes de subirem ao trono ocupa boa parte do relato da vida e morte deste rei (II Sm 10 a I Rs 2). Num certo sentido este material justifica a legitimidade da escolha de Salomão como sucessor de Davi, apesar de não ser no filho mais velho.
Adonias assumira o controle da situação ao declarar-se rei, e era preciso agir rápido para impedir que Salomão subisse ao trono. Bate-Seba. entretanto, atuou sob a direção de Natã, embora buscasse seus próprios interesses. Sua mensagem para Davi foi a de mostrar como a atitude de Adonias era contrária às intenções declaradas do rei (I Rs 1.17-21). Davi concordou com os pedidos de Natã e Bate- Seba. Salomão foi confirmado rei numa cerimônia rápida e recebeu a bênção do pai. Isso foi suficiente para dissolver qualquer oposição. Natã manteve sua oposição e seus filhos ocuparam excelentes cargos durante o reinado. Adonias foi repreendido. posteriormente, foi um dos que foram caçados e mortos por Benaia, por ordem de Salomão (I Rs 2.13-25).
Salomão herdou de seu pai um reino extenso, que ia do rio Eufrates até a fronteira egípcia. Reinou de 970 a 930 a. C. Consolidou seu reino ao casar com a filha de um faraó e ao firmar um tratado comercial com Hiram, rei da cidade fenícia, Tiro. Diz a Bíblia que Salomão pronunciou 3 mil sentenças, "vinham todos os povos para ouvir sua sabedoria". E que tratava todos com igualdade. Até das terras mais distantes vinham nobres e príncipes em busca de seus conselhos. Entre as visitas famosas, consta a da Rainha de Sabá, cuja história é repleta de mistérios. Supõem os historiadores que ela tivesse reinado numa região Africana às margens do mar Vermelho. Os etíopes acreditam que seus imperadores são descendentes de Salomão e Sabá. Salomão organizou o país, dividiu em regiões e criou uma rede de transportes. Na desértica região de Neguev, estabeleceu uma mina de cobre. À margem do mar morto ele explorava sal. Construiu o porto de Asion-Gueber, próximo de Eliat, para comercializar com a Arábia a Etiópia e a Índia. Várias ruínas encontradas por arqueólogos confirmam a passagem de Salomão nessa região. Salomão tinha um enorme palácio em Jerusalém e residência de verão nas montanhas do Líbano. Seu trono era de marfim adornado com ouro. Segundo a Bíblia, "Todos os copos do rei eram dourados". "Teve 700 mulheres, desposou filhas de príncipes moabitas, edomitas, hititas e de outros povos que cercavam Israel e Judá". A sua grande obra foi a edificação do Templo de Jerusalém, que deve ter começado em 959 a.C. e só terminou sete anos depois. É atribuído a Salomão 1005 cânticos. Alguns afirmam que é de sua autoria o Cântico dos Cânticos e o Salmo 127. Os provérbios que foram recolhidos pela tradição judaica num livro, depois canonizado como parte do Antigo Testamento, são com certeza de Salomão.
SUAS REALIZAÇÕES E SABEDORIA
O reinado de Salomão começou com alianças poderosas e uma grande construção civil na capital (I Rs 3.1) Ele se dedicou ao serviço do Senhor (v.3). Viajou para o norte de Jerusalém. Em Gibeon, o Senhor apareceu-lhe em sonho e lhe permitiu escolher o que desejava receber. Salomão solicitou "um coração entendido" (v.9), o qual é o centro da vontade. Ter um bom entendimento significa possuir um coração que ouve a Palavra de Deus e responde em obediência. Ele também necessitava ouvir e atender às necessidades dos súditos. Salomão especificou o pedido com uma referência à habilidade de discernir entre o "bem e o mal". A resposta de Deus foi aprovadora (vv 10-14). Era a coisa correta a pedir. Em vez de pedidos egoístas, como longevidade, riquezas ou segurança, Salomão solicitou algo que era apropriado ao seu chamado como governante do povo de Deus. Por esta razão, o Senhor alegremente lhe concedeu discernimento e acrescentou bênçãos adicionais que Salomão não pedira. Uma condição, entretanto, foi apresentada junto com as bênçãos: "Se andares nos meus caminhos, e aguardares os meus estatutos e mandamentos, como andou Davi, teu pai". (V.14). Era a única coisa que Salomão precisava fazer. A bênção de um coração entendido já começava a fazer efeito. Afinal a habilidade de Salomão de ouvir a voz de Deus foi demonstrada por sua presença em Gibeon e aparição divina a ele. Sua maneia especial de ouvir o povo seria demonstrada na história de duas mães que reclamavam o mesmo bebê (vv 16-26). A famosa decisão do rei, quando ameaçou dividir a criança ao meio para descobrir verdadeira mãe, demonstrou a todos que "havia nele a sabedoria de Deus para fazer justiça" (v.28). Exemplos adicionais são apresentados nos capítulos seguintes. Salomão organizou seu próspero reino (I Rs 4.1-21), sua corte (I Rs 4.22-28), escreveu provérbios e outras literaturas sobre sabedoria (I Rs 4.29-34).
Você Sabia? Durante o reinado de Salomão, Israel como nação atingiu o auge do poder, da paz e da prosperidade. Política e materialmente, o reinado de Salomão foi um sucesso; espiritualmente, no entanto, o desvio de Salomão para a idolatria fez com que seu reinado se tornasse um fracasso.
A sabedoria de Salomão envolvia um vasto acervo e de entendimento e discernimento a respeito da vida e das suas responsabilidades como rei. Escreveu 3.000 provérbios, mutos dos quais foram preservados no Livro de Provérbios. Como é que Salomão, detendo tanta sabedoria divina, acabou desviando-se do Senhor, e servindo a outros deuses? É evidente que ter sabedoria e viver com sabedoria são dois casos diferentes. A maior falha de Salomão é que ele não aplicava a sabedoria espiritual em todas as áreas da sua vida. Embora ele fosse o homem mais sábio de sua época, não viveu tão sabiamente como outros fiéis servos de Deus.
À medida que o poder e a riqueza de Salomão acumulavam-se, ele deixava de seguir o Senhor de todo o coração (I Rs 11.4). Seus casamentos com mulheres estrangeiras, realizado contra a vontade de Deus, foram os fatores que mais contribuíram para a sua apostasia religiosa. Sem dúvida, tais esposas, como a filha de Faraó, do Egito, por exemplo, foram foram tomadas por razões políticas e diplomáticas, objetivando alianças políticas e militares, a fim de assegurar a estabilidade do reino e a paz com as nações fronteiriças. Salomão, entretanto, precisava confiar em que o Senhor protegeria as fronteiras de Israel. O juízo veio rapidamente por meio de inimigos que se levantaram contra a nação e atacaram e causaram problemas constantes a Salomão. O Senhor prometeu que o reino seria dividido após sua morte. Além de tudo, o governo de Salomão exigia um sustento dispendioso, que ocasionava muito trabalho ao povo e o pagamento de pesados impostos para manter as enormes despesas da corte. Durante seu reinado, um dos seus principais oficiais rebelou-se sem sucesso e fugiu para o Egito.
Salomão só foi bem sucedido no aspecto de possuir um coração entendido - ouvir as outras pessoas para fazer os julgamentos mais sábios e compartilhar com outros a sua sabedoria. No entanto, ele não teve sucesso no outro aspecto, ou seja, ouvir e obedecer à vontade de Deus. No final, isso distorceu sua vida e suas atitudes. Nenhuma quantidade de sabedoria, iluminação ou sensibilidade para com os outros jamais substitui um coração voltado para Deus. Salomão foi monarca mais bem sucedido do mundo, mas sua vida não foi considerada um sucesso em termos de verdades eternas. Ele é um exemplo, copiado repetidamente de forma lamentável, de uma pessoa que fracassou em manter-se fiel até o fim.
O TEMPLO DE DEUS
A maior demonstração da sabedoria de Salomão, entretanto, foi a construção do Templo do Senhor Deus de Israel. I Reis 5 a 7 contém os detalhes das negociações, dos preparativos, do início ao fim da obra. A sua inauguração foi celebrada com a Arca da Aliança na parte santíssima da estrutura. ( I Rs 8.1-11). Esse ato foi seguido pela bênção de Salomão sobre o povo e a sua oração dedicatória, onde falou das promessas que Deus fizera a Davi, seu pai e intercedeu pelo bem-estar do povo e da terra (I Rs 8.12-66).
Os capítulos 5-8 descrevem as providências que Salomão tomou para edificar o templo onde Deus manifestaria continuamente a sua presença e glória. O templo era uma habitação de Deus e um lugar para o povo reunir-se e adorá-lo (8.15-21; II Sm 7.12,13). Foi edificado em Jerusalém, no Monte Moriá, e foi concluído em sete anos. Deus deu a Davi a planta do Templo por revelação do Espírito Santo ( I Cr 28.12), e Davi, por sua vez, providenciou muitos dos recursos da obra antes de morrer. Salomão começou a edificar a casa do Senhor cerca de 966 a.C. O templo, que abrigava a arca do concerto simbolizava a presença e a pessoa de Deus entre seu povo. O templo refletia a verdade que Deus desejava habitar entre seu povo. Era um sinal e testemunho visível do seu relacionamento pactual com seu povo e foi edificado a fim de que o nome de Deus habitasse ali.
A HISTÓRIA DO TEMPLO
(1) O precursor do Templo foi o Tabernáculo, a tenda construída pelos israelitas enquanto acampados no deserto, junto ao Monte Sinai (Êx 25-27; 30;36-38; 39.32 - 40-33). Após entrarem na Terra Prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os tempos do rei Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele contratou milhares de pessoas para trabalharem na construção do Templo do Senhor (I Rs 5.13-18). No quarto ano do seu reinado foram posto os alicerces; sete anos mais tarde o Templo foi terminado (I Rs 6.37,38). O culto ao Senhor, e, especialmente, os sacrifícios oferecidos a Ele, tinham agora um lugar preciso na cidade de Jerusalém.
(2) Durante a monarquia, o templo passou por vários ciclos de profanação e restauração. Foi saqueado por Sisaque do Egito durante o reinado de Roboão (12.9) e foi restaurado pelo rei Asa (15.8,18). Depois doutro período de idolatria e de declínio espíritual, o rei Josias fez os reparos na Casa do Senhor (24.4-14). Posteriormente, o rei Acaz removeu parte dos ornamentos do Templo, enviou-os ao rei da Assíria como meio a apaziguamento político e cerrou as portas do Templo (28.21,24). Ezequias, seu filho, voltou a abrir, consertar, e purificar o templo (29.1-19), mas este foi profanado de novo pelo seu herdeiro, Manassés (33.1-7). O neto de Manassés foi o último rei de Judá que fez os reparos no Templo (34.1,8-13). A idolatria continuou entre seus sucessores, e finalmente Deus permitiu que o rei Nabucosonosor da Babilônia destruísse totalmente o Templo em 586 a.C. (II Rs 25.13-17; II Cr 36.18,19).
(3) Cinquenta anos mais tarde, o rei Ciro autorizou o regresso dos judeus de Babilônia para a Palestina e a reconstrução do templo (Ed 1.1-4). Zorobabel dirigiu as obras da reconstrução (Ed 3.8), mas sob a oposição dos habitantes daquela região (Ed 4.1-4). Depois de uma pausa de dez ou mais anos, o povo foi autorizado a reiniciar as obras (Ed 4.24-5.2), e em breve o templo foi completado e dedicado (Ed 6.14-18). No início da era do Novo Testamento, o rei Herodes investiu muito tempo e dinheiro na reconstrução e embelezamento de um segundo templo (Jo 2.20). Foi este templo que Jesus purificou em duas ocasiões (Mt21.12, 13; Jo 2.13-21). Em 70 d.C. entretanto, depois de frequentes rebeliões dos judeus contra as autoridades romanas, o templo e a cidade de Jerusalém, foram, mais uma vez, arrasados, ficando mais uma vez em ruínas.
Muro das lamentações. Trata-se do único vestígio do antigo templo de Herodes, erguido por Herodes, o grande, no lugar do Templo de Jerusalém inicial. Foi destruído por Tito no ano de 70. Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local servia de depósito para incineração de lixo. Os restos que hoje existem datam da época de Herodes, o Grande, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do Monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas. Quando as legiões do imperador Tito destruíram o templo, só uma parte do muro exterior ficou em pé. Tito deixou este muro para que os judeus tivessem a amarga lembrança de que Roma vencera a Judéia (daí o nome de Muro das Lamentações). Os judeus, porém, atribuíram-no a uma promessa feita por Deus, segundo a qual sempre ficaria de pé ao menos uma parte do sagrado templo como símbolo da sua aliança perpétua com o povo judeu. Os judeus têm pregado frente a este muro durante os derradeiros dois milênios, crendo que este é o lugar acessível mais sagrado da Terra, já que não podem aceder ao interior da Esplanada das Mesquitas, que seria ainda mais sagrado.A tradição de introduzir um pequeno papel com pedidos entre as fendas do muro tem vários séculos de antiguidade. Entre as petições dos judeus estão ferventes súplicas a Deus para que regresse à terra de Israel, o retorno de todos os exilados judeus, a reconstrução do templo (o terceiro), e a chegada da era messiânica com a chegada do Messias judeu. O Muro das Lamentações é sagrado para os judeus devido a ser o último pedaço do Templo pelos lados sul e leste. Alem disso, o Muro é o lugar mais próximo do sancta sanctorum ou lugar "sagrado entre os sagrados" (1 Reis 8:6-8). Fonte: wikipédia
O ESFACELAMENTO DA NAÇÃO
Quando Salomão morreu, seu filho Roboão, tomou seu lugar. O principal relato sobre a vida e as obras de Roboão, primeiro rei de Judá depois da divisão do reino é encontrado em I Reis 11.43 a 12.24; 14.21-31; II Cr 10 a 12; I Cr 3.10. Ele era filho de Salomão e de sua esposa Naamá, amonita (I Rs 14.21,31). Como filho sucessor do rei Salomão, Roboão esperava governar sobre todo os Israel como fizera seu pai. No entanto, herdara muitos problemas e, na época da morte do filho de Davi, a situação estava longe de ser estável. Depois de sua posse, Roboão foi a Siquém, onde os lideres de Israel lhe perguntaram se continuaria com a mesma política, ou seja, trabalho pesado e a cobrança de impostos altíssimos do povo. Os anciãos lhe aconselharam a ceder e a governar em favor do povo; ele porém, ouviu os conselhos de seus amigos de infância e respondeu á multidão: "Assim que. se meu pai vos impôs jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo. Meu pai vos castigou com açoites; eu vos castigarei com escorpiões" (I Rs 12.11). Jeroboão, que havia retornado do Egito, imediatamente se rebelou e Roboão fugiu para Jerusalém. "Esta mudança vinha da parte do Senhor, para confirmar a Palavra que o Senhor tinha dito" (v.15).
Roboão governou apenas na parte sul do reino, conhecido como Judá, embira incluísse também a tribo de Benjamim. Ele fortificou várias cidades do seu território (I Rs 12.21; II Cr 11.5-12). Seu oficial responsável pelos trabalho forçados Adonirão, foi apedrejado; quando rei se preparou para declarar guerra contra Jeroboão, o Senhor impediu a batalha, ao enviar o profeta Semaías, o qual disse ao povo que a divisão fora ocasionada por Deus; portanto não deviam lutar uns contra os outros (I Rs 12.22-24). Roboão reinou durante 17 anos, de 931 a 913 a.C., mas não seguiu ao Senhor como Davi fizera. Ele próprio introduziu a idolatria na terra, ou então era fraco demais para impedir que isso acontecesse. Diversos altares foram construídos para deuses estranhos, e práticas proibidas pela Lei foram permitidas (I Rs 14.21-24). Como resultado, o rei Sisaque, do Egito, invadiu e atacou Jerusalém, saqueando os tesouros do Templo (II Cr 12.1-6). O reino foi diminuindo em seu tamanho. O povo, entretanto, arrependeu-se e não foi destruído pelos Egípcios, mas tornou-se vassalos deles (vv 6-8). Ao resumir o reinado de Roboão, o cronista enfatiza como ele se arrependeu. "Deveras, em Judá, ainda havia boas coisas" (II Cr 12.12). O culto ao Senhor era realizado no Templo e, como Jeroboão afastava -se cada vez mais de Deus, os levitas e sacerdotes fugiram para Jerusalém (II Cr 11.13,14). Sua salvação do desastre por causa do arrependimento serviu de exemplo para os reis que o seguiram. Roboão teve vários esposas e concubinas, a que amava, porém, era Maaca, filha de Absalão; o filho dela, Abias, foi o seu sucessor.
FONTES DE PESQUISA
Livro: Quem é Quem na Bíblia Sagrada - Ed. Vida
IMAGENS ILUSTRATIVAS
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